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domingo, 1 de dezembro de 2013

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Trânsito - Guru do trânsito espanhol dá sua receita

Por Luiz Flávio Gomes / Arquivo Instituto Avante Brasil – IAB
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Pere Navarro Olivella
Imagem: Reprodução
Pere Navarro, na Espanha, é uma espécie de “guru exitoso do trânsito”. Foi diretor geral de tráfico de maio de 2004 a fevereiro de 2012. Espanha conseguiu reduzir pela metade as mortes no trânsito. É um exemplo de sucesso nessa área.

Sua receita, registrada no EL País de 11.05.12, p. 21, é a seguinte: para se construir uma profícua política de segurança viária deve-se dimensionar o tamanho do problema, ou seja, é preciso saber todas as cifras, dados e indicadores sobre o assunto. O povo não tem ideia de quantas pessoas morrem ou ficam feridas no trânsito anualmente. Todos devem se conscientizar da magnitude da tragédia.

Em seguida é preciso colocá-la sobre a mesa (assim como nas estradas, informando tudo) e abrir o debate. Enquanto escondemos os graves problemas do país nenhuma solução aparece. Não se pode abafar a mortandade com a desculpa de que é o preço que se paga pelo progresso.
Imagem: Reprodução
A transparência na informação e a clareza dos objetivos ajudam a criar um clima de confiança (o problema é de todos e nada deve ficar escondido). Todos devem ir na mesma direção. Mas é importante que opinem com base nos dados objetivos. Com base no debate constrói-se um discurso, tido como razoável.
 
Em seguida vem a adoção das medidas necessárias para dar credibilidade ao discurso, com a mobilização máxima possível. O sistema de perda de pontos tem que funcionar corretamente, assim como: maior controle da alcoolemia, mais radares para o controle da velocidade, aumento do número de policiais e eventuais modificações na lei. Tudo tem que ter seriedade e coerência.

O eixo do discurso (que não pode virar pura retórica) é o seguinte: os acidentes são evitáveis e se outros países conseguiram reduzir as mortes, nós também podemos alcançar o mesmo objetivo (autoestima coletiva). O ingrediente ético do movimento tem que ficar muito patente (preservação de vidas, respeito às pessoas).

Imagem: Reprodução
Sem a mobilização de toda sociedade civil pouco se pode esperar. Todo programa de governo exitoso tem que ter seguidores, em massa. A relevância aqui dos meios de comunicação é indiscutível.

Em lugar de buscar culpados, temos que tentar resolver o problema. O culpado, claro, sempre será o “outro” (o pedestre culpa o motorista, o motorista culpa o governo, o governo culpa os usuários das vias públicas e a educação etc.). Na verdade, a segurança viária é de  responsabilidade compartilhada (entre todos).


Cada um deve assumir sua responsabilidade (os fabricantes devem fazer carros mais seguros, o governo deve conservar as estradas, os motoristas devem ser responsáveis, as autoescolas devem formar bons motoristas etc.). Tudo deve funcionar como uma orquestra (sem desafinar).
Imagem: Reprodução
Quando não fazemos coisas básicas (respeitar os limites de velocidade, jamais beber e dirigir, colocar cinto de segurança, colocar capacete etc.), é claro que nada muda. Basta fazer o que temos que fazer e tudo se altera, positivamente. As normas de trânsito não são um capricho.

Todos devemos observá-las, para o bem geral.

Como fazer cumprir as leis? Outra mobilização nacional. Controle do álcool e da forma de conduzir, uso do cinto de segurança e velocidade adequada: o essencial não pode sair do nosso campo de visão. Todos temos que remar na mesma direção. Daí a importância de se saber aonde queremos chegar. Se não sabemos para aonde vamos, nenhum vento nos ajuda (Sêneca).

Publicado Originalmente no Instituto Avante Brasil 5 de fevereiro de 2013