300x250 AD TOP

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Encontrado em: , , ,

Religião - A Megalomania de Edir Macedo

A imprensa nacional, em especial os grandes jornais do Estado de São Paulo, tem dado especial atenção ao "Templo de Salomão", um complexo religioso construído pela Igreja Universal do Reino de Deus capitaneada pelo "bispo" Edir Macedo.

Os número são assombrosos: 680 milhões de reais foram gastos para construir o prédio que é 3,2 
vezes maior do que a Catedral de Aparecida do Norte; 40 mil pedras foram importadas de Hebron; 12 pés de oliveiras importadas do Uruguai para reproduzir o Monte das Oliveiras; 100 mil metros quadrados de área construída; capacidade para 10 mil pessoas sentadas.

A construção se encontra no bairro do Brás, na cidade de São Paulo, próximo a sede nacional da IURD e por enquanto só pode ser visitado por caravanas (organizadas pela própria igreja através de uma empresa de turismo exclusiva) e por aqueles que adquiriram credenciais em qualquer uma das igrejas do grupo.

No rastro de tanta grandiosidade, já se divulgam notícias que nos dão conta de irregularidades quanto a construção da obra faraônica de Macedo. 

Conforme informou a Folha de São Paulo, a Igreja Universal teria fornecido informações falsas à Prefeitura de São Paulo para poder construir sua nova sede nacional.

A Igreja teria informado em 2006 que pretendia reformar um grupo de imóveis, incluindo uma antiga fábrica construída em área superior a 18 mil metros quadrados. Todo o complexo foi demolido para dar lugar ao novo templo. Por detrás disto, claro, seguem denúncias de corrupção na aprovação de obras na cidade dentre outras coisas muito escabrosas.

No entanto as questões técnicas e políticas para a construção deste empreendimento são menos relevantes do que o fato de uma instituição religiosa angariar tanto dinheiro e não pagar um centavo sequer de impostos.

De acordo com a revista Forbes, Edir Macedo (que não faz nada além de ser o "cabeça" da Igreja Universal e de seus empreendimentos) tem uma fortuna estimada em 1,1 bilhões de dólares, além de, inexplicavelmente, possuir passaporte diplomático brasileiro.

No Brasil, as instituições religiosas movimentam bilhões de dólares por ano sem pagar um centavo sequer de impostos. Na rabeira, seus lideres se tornam milionários da noite para o dia.
A presença da presidente da República, Dilma Roussef; de seu vice, Michel Temer; do governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin; o prefeito da cidade de São Paulo, Fernando Haddad (que facilitou todo o espetáculo); além de outros políticos como o prefeito da cidade de Salvador, ACM Neto; o governador do Estado do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão; além de senadores e deputados, mostra a perigosa proximidade do Estado Laico com líderes religiosos.

Não vamos esquecer que sobram processos criminais contra Edir Macedo, que já vem sendo chamado de "sumo sacerdote" por seus asseclas, o que, por si só, já desaconselharia que governantes fizessem questão de posar para fotos ao seu lado. Mas como a comunidade evangélica conta com algo perto de 40 milhões de votos, as denúncias de irregularidades na construção do suntuoso templo, assim como a ficha criminal do seu idealizador são as menores preocupações de nossos políticos.

No que diz respeito ao lado teológico, o templo é, literalmente, um "zero à esquerda".

Por óbvio que só existiu um único "Templo de Salomão", que foi aquele construído pelo Rei Salomão, filho de Davi, no século XI AEC. O chamado "Segundo Templo", construído por ordem de Ciro II  e remodelado por Herodes, o Grande, posteriormente destruído pelos romanos em  70 EC. Ambos foram construídos no mesmo lugar, o seja, o Monte Moriá (chamado de "O Monte do Templo") onde hoje se encontra a Mesquita de Omar, também chamado de "O Domo da Rocha".


De acordo com a teologia cristã, com o advento de Jesus Cristo desparece a figura do Sumo-Sacerdote (Jesus passa a ser o único intercessor entre os homens e Deus - Hebreus 6:13 - 7:28) e o "templo" seria seu próprio corpo que foi "destruído" e "reedificado" com a sua crucificação, morte e ressurreição (João 2:19). Não há, portanto nenhuma importância teológica deste templo para os cristão, sendo ele meramente uma igreja estilizada. 

A comunidade judaica internacional não vê a construção com bons olhos. Muitos rabinos e lideres religiosos judeus já manifestaram sua desaprovação e chamaram a iniciativa da IURD de "profanação dos símbolos religiosos judaicos".

Por fim, o "Templo do Rei Macedo" não passa de uma monumental igreja idealizada para impressionar os crentes e, claro, arrecadar muito mais para os cofres já cheios de seu idealizador. 



Imagem: Reprodução.
Encontrado em: ,

Poesia - "É Meu Pai"

Este que cheio de orgulho incha o peito,
Quando vim ao mundo, meio sem jeito;
Este que se abre de felicidade
Quando vê meu primeiro andar de verdade,
Este que se acalma sorrindo
Quando me vê na cama dormindo,
Este que se estufa como um homem viril
Quando contempla minha primeira conquista infantil,
Este que fica um pouco temeroso
Quando entro na adolescência num corpo formoso,
Este que diz que vai pular de alegria
Quando eu entrar na faculdade um dia,
Este que enche de conselhos e sermões
Quando fico perdido entre meus botões,
Este que muitas vezes me dá carinho
E em outras não me compreende nem um pouquinho,
Este que me traz uma enorme felicidade

Por existir na minha realidade;
Este.........este, é meu pai!

Imagem: Reprodução.

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Encontrado em: , , ,

Sociedade - O Tigre, O Garoto e a Omissão


Há muitos dias não se fala em outra coisa, exceto sobre a tragédia (anunciada) do ataque de um tigre do zoológico de Cascavel (PR) a um garoto de 11 anos que teve seu braço dilacerado e, infelizmente, amputado devido a gravidade das lesões.

Nas redes sociais, a todo tempo, vemos publicações sobre o caso, opiniões das mais diversas culpando o pai, o garoto, o tigre, a administração do zoológico e até mesmo a Dilma. 

Como disse no início do artigo, era uma tragédia anunciada.

O garoto estava de posse de ossos de frango que, de acordo com o pai, havia conseguido após terem almoçado. Uma outra versão diz que na verdade o garoto estava com asas de frango cruas, mas isto não importa para a análise que queremos fazer.

Não é errado supor que um garoto de 11 anos de idade tinha consciência que leões e tigres são animais perigosos e predadores. Então, apesar da pouca idade, o menino entendia bem o risco e não foi "inocente" ao pensar que lidava com meros gatinhos. Pelas imagens nota-se certa familiaridade dele com aquele ambiente, o que nos leva a supor que não seria a primeira vez que fazia aquilo.

Se o pai do garoto foi omisso e irresponsável (e de certo o foi), as pessoas que estavam presentes e resolveram apenas filmar e alertar o pai sobre o perigo igualmente o foram. O garoto corria GRAVE E EMINENTE PERIGO e qualquer um que estava ali presente poderia ter intervido e o retirado dali, independente da presença do pai. Poderiam também ter acionado as autoridades (polícia, guarda municipal e/ou a administração do zoológico) e não o fizeram: preferiram ficar ali, filmando e esperando o desfecho trágico.

O Código Penal, em seu artigo 135 (Omissão de Socorro), diz o seguinte:

"Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em GRAVE E EMINENTE FERIDO; ou NÃO PEDIR, nesses caso, O SOCORRO DA AUTORIDADE PÚBLICA: pena - detenção de 1(um) a 6(seis) meses ou multa.

Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave e triplicada se resulta a morte." (destaques nossos)

Em uma análise fria, todos os presentes cometeram o crime de omissão de socorro ao garoto vitimado pelo animal, já que não interviram direta ou indiretamente para preservar sua integridade física. 

Como coordenador de equipe de socorro e resgate tenho conhecimento dos limites que a Lei impõe para este tipo de situação. Qualquer pessoa MAIOR DE IDADE, em pleno domínio de suas capacidades mentais, pode recusar atendimento médico ou socorro. Não é incomum pessoas acidentadas, ou mesmo vítimas de algum mal súbito, recusarem atendimento pelo SAMU, Corpo de Bombeiros ou outras equipes de resgate.

No entanto, menores, considerados legalmente incapazes, não podem fazer o mesmo, dependendo dos pais ou responsáveis para tanto. No caso em questão houve a clara omissão e negligência do pai, portanto qualquer pessoa poderia ter retirado o garoto do cercado.

Aliás, diga-se de passagem, que a partir do momento que o menino se aproximou da jaula seu pai já estaria sujeito a ser enquadrado no crime de abandono de incapaz, o que, por si só, permitiria a intervenção de terceiros na cena.


Em recente matéria no portal G1, o pai do garoto afirma que viu a situação e achou que estava sob controle, já que o LEÃO (vamos frisar para que todos entendam que não era um gato doméstico) esta tranquilo e que "(...) o  leão estava muito manso, eu estava prestando atenção nele, cuidado dele, com o pequeno no colo, mas achei uma situação tranquila”.

Ora, o sujeito vê seu filho enfiando a mão dentro da jaula de um LEÃO e acha que a situação é tranquila? Ainda fica olhando de longe, como se pudesse realmente fazer algo caso acontecesse o pior, como aconteceu, ao fazer o mesmo na jaula do tigre?

Diferente da versão do pai, testemunhas dizem que ele estava bem atento ao que o filho fazia e ainda o incentivava a interagir com o tigre.

Na sequência da reportagem, o negligente pai coloca então a culpa na "teimosia" do filho, na grade baixa, no fato do seu filho já estar "grandinho". Ou seja, todos erraram, menos ele que ficou olhando o garoto brincando com um LEÃO (frisemos de novo) e achou "tranquila" a situação.

Ao zoológico, em minha opinião, cabe a menor das culpas. 

Não há como prever que alguém, em sã consciência, pularia a cerca de proteção para colocar seu braço dentro das jaulas dos maiores predadores terrestres. Imaginar que um pai acharia "tranquila" a situação de seu filho de 11 anos fazendo carícias e dando ossos aos felinos, muito menos. Exigir que haja um funcionário próximo de cada jaula é inviável.

O que resta é torcermos para que inventem um zoológico à prova de idiotas. 

Aliás, melhor seria que não houvessem zoológicos.



Foto: Reprodução.

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Encontrado em: , ,

Trânsito - População pode consultar estatísticas de acidentes no Portal da Transparência


Qualquer cidadão, profissional do trânsito, imprensa, professor, presidente de Associação  de Moradores, de Conselhos Comunitários de Segurança e demais interessados em acompanhar as estatísticas de acidentes de trânsito na cidade de Blumenau pode fazer isso em tempo real, no site do Portal da Transparência, da Prefeitura Municipal de Blumenau. Os dados são reais, confiáveis, gerados e atualizados por pessoal competente a partir dos registros de Boletins de Ocorrência dos Acidentes de Trânsito (BOAT) na cidade. Eu mesma, só utilizo as estatísticas oficiais do Portal da Transparência, no site oficial do município, para os estudos estatísticos que fundamentam meus artigos.


Fonte: http://www.blumenau.sc.gov.br/transparencia

Ainda assim, me causa estranheza que tais números que passo dias queimando a mufa para analisar, utilizando os filtros e ferramentas disponíveis no Portal da Transparência, tenham sido contestados como não REAIS, que semanticamente têm o mesmo significado de fantasiosos, ilusionistas, fora da realidade, e por aí vai. Mas, se tratando de números oficiais publicados pelo próprio município?

Tudo bem que os dados públicos para consulta não informam ainda quantos acidentes de trânsito envolvem ciclistas ou quantas motos, nem os acidentes por gravidade, o sexo, a idade ou faixa etária das vítimas e as causas prováveis. O tempo de habilitação dos condutores envolvidos também é um dado importante porque pode fornecer indicativos de acidentes por imperícia. 

Saber quantos condutores embriagados se envolveram em acidentes e o custo desses acidentes para o município também são informações de grande relevância, que se poderia acessar com apenas um clique no Portal da Transparência. Por enquanto ainda não temos, mas confio que teremos.

Por enquanto, qualquer cidadão pode acessar a base de dados e verificar, inclusive com gráficos, os números de acidentes registrados por tipo (choque, colisão, atropelamento, abalroamento, capotamento, engavetamento), subtipo, pelo número do laudo, rua, número, data e hora. Pode consultar as condições do tempo no momento do acidente, número de vítimas, bairro, veículos danificados, sem danos, veículos evadidos, fase do dia, dia da semana e mês. 

O sistema também possibilita a filtragem dos dados por períodos anteriores (dias, semanas, meses, ano), possibilitando a comparação que esclarece se houve ou não aumento no número de acidentes entre períodos. 

Assim como a via é pública, as consequências dos acidentes também são e isso diz respeito à cada um de nós, à toda a sociedade. Por isso mesmo é que tudo que envolva números, principalmente os números da acidentalidade, exigem muita responsabilidade na pesquisa, coleta, análise dos dados, tabulação e interpretações. 

Quando se dispõe destes dados para a sociedade, as associações de moradores e Conselhos de Segurança dos bairros podem conhecer melhor a realidade das vias públicas de seus bairros  e atuar, com a legitimidade que lhes cabe, para buscar parcerias e contribuir para as melhorias e soluções. 

Quando o professor conhece as estatísticas de acidentes nos arredores da escola, por exemplo, ele pode trazer recortes dessa realidade para dentro da sala de aula e trabalhar de forma interdisciplinar o tema trânsito com seus alunos em diferentes disciplinas e contextos.

Quando o morador, transeunte ou usuário motorizado de uma determinada via, numa determinada rua de um determinado bairro sabe onde ficam os pontos mais críticos, o tipo de acidente mais provocado e outros detalhes, todos têm como redobrar os autocuidados e desenvolver atitudes, práticas e comportamentos seguros e defensivos. 

Quando a imprensa dispõe de uma base de dados detalhada, com informações refinadas e atualizadas, não precisa ficar incomodando os homens públicos ou desviar-lhes a atenção de suas muitas tarefas para fornecer números que poderiam estar lá, na ponta do mouse, só bastando clicar numa base de dados confiável e fundamentar suas pautas e reportagens. 

Outra função das estatísticas, naturalmente, é orientar o poder público para os pontos que necessitam de mais fiscalização, melhorias na via, na sinalização, dentre outros fatores, além de indicar necessidades de campanhas educativas, preventivas e corretivas de trânsito. 

Esperamos que a sociedade se interesse mais pela busca e pesquisa de dados estatísticos sobre os acidentes de trânsito em nossa cidade. Até para que acompanhe esta realidade, reflita e mude seus comportamentos e atitudes para que sejam mais seguros. Mas, principalmente, para que os números oficiais e reais não lhes causem estranheza quando divulgados.  

Se você se interessou em saber mais sobre as estatísticas de acidentes na sua rua, no seu bairro e em toda Blumenau, este é o link do Portal da Transparência:
http://www.blumenau.sc.gov.br/transparencia/transitogx.aspx.

Os dados são confiáveis e reais, até porque são gerados e atualizados pelo Seterb a partir dos boletins de ocorrência registrados pela Guarda Municipal de Trânsito. Eu confio e só pesquiso no Portal da Transparência.