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sábado, 29 de março de 2014

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História - Sem trem “13 de março” - A última viagem do trem


A última viagem do trem


No dia 13 de março de 1971 a Estrada de Ferro Santa Catarina é erradicada por decisão das autoridades federais. A população assiste entristecida e melancólica, à derradeira viagem do trem em direção ao terminal de Itajaí. O comboio ferroviário deixa atrás de si uma gama de relevantes serviços prestados ao desenvolvimento de toda a região e no coração das pessoas as lembranças de uma era cheia de poesias e encantamentos.

Passagem por Rio do Sul
Imagem: Adalberto Day

Sem Trem

Publicado no Jornal a CIDADE Ano II – Blumenau, domingo 14 de março de 1971 por Luiz Antônio Soares. (faleceu em 20/09/13 aos 72 anos).

Ouço ainda, na meditação das minhas reminiscências, com meus ouvidos de criança, aquele barulhento passar do trem, gostoso como só, amassando as nossas maldosas pedrinhas sobre os trilhos, que as vezes, por serem mais que pedrinhas, resultavam num bom raspe de mão do bigodudo maquinista.

Lembro-me bem do apito ...

Ele era longo, pontual e por causa dele, na hora da correria, muita bolinha de gude eu perdi
.
Tenho ainda na memória as marcas das varadas que levei bem aqui, pela imprudência de me aproximar – como numa gigantesca e perigosa aventura – daqueles vagões que ajudei a desbotar com meus dedos, ainda manchados de um vermelho surrado de sol. 

Blumenau
Imagem: Adalberto Day

Quem ficou verdolengo à beira dos trilhos não esquece. Não pode esquecer. O trem foi o brinquedo grande das crianças pobres.

Aquela gente toda nos abanava e nós sorríamos contes e orgulhosos quando alguém nos jogava um bombom ou um simples papel colorido.
Agora esse golpe.
Quem poderia imaginar que as crianças de amanhã não terão a a mesma sorte que eu tive?

A delicia de furtar uma voltinha de vagonete na ostensiva distração do feitor. O saltitar infantil sobre dormentes que apodreceram aos nossos pés descalços. E aquele calor afetivo quando nos deitávamos sobre o trilho, ouvindo o barulhinho distante, anunciando que o trem já vinha ...

É de não se conformar. Já se viu meu Deus, já se viu criança a beira dos trilhos, nem ver o barulhento passar do trem ???.
Oficina em 1948
Imagem: Adalberto Day

Adendo de Luiz Carlos Henkels sobre a última viagem e seus maquinistas

Enviado por Angelina Wittmann

Vamos por partes que o assunto é mais complexo: Dois maquinistas operaram o trem da última viagem. Anibal Rocha na tarde de 12 de março entre Itajaí até Itoupava Seca. Ali trocou a escala. De Itoupava Seca até Trombudo Central, na tarde de 12 de março quem levou o trem foi José Pacheco, ao qual ainda pude entrevistar em 1994.


Agora vamos à composição. O trem na última viagem não tinha mais cargas por questões óbvias. Era um trem mais pra fazer o rescaldo, recolher os vagões que ainda estavam pelas estações. A desativação da EFSC foi uma questão bem planejada Então de Itajaí a Trombudo Central, subindo, o trem tinha apenas 4 vagões tracionados pela locomotiva 331. Era composto da seguinte forma. Atrás da locomotiva um pequeno vagão pra transportar mercadorias avulsas de maior volume numerado como FB 9301. Após este vinha o bagageiro, que é aquele vagão que levava o correio, bicicleta, cachorro, lambreta, verdura, geladeira, armário, etc....e que era também a administração do trem, ou seja abrigava o reservado do chefe de trem. Este carro era o BC 101. Atrás deste vinha o carro passageiro de 2ª classe que neste dia era o S 101 e por fim o último carro que era um misto ( tinha assentos de 1ª classe e 2ª classe ) e que não me lembro qual era porque tinha dois iguais, mas, ou era o PS102 ou o PS103, mas, creio ter sido o PS 103.


Imagem: Livro Saudosa Indaial - Alfredo Nagel, Beno Pasold, Fernando Pasold.
 Ao chegar a Trombudo o trem voltou imediatamente para Itoupava Seca, conduzido pelo mesmo José Pacheco, recolhendo ainda alguns vagões ao longo das estações. Este trem passou aqui por Encano por volta de 2:00hs da manhã. Levantei para vê-lo passar. Devia ter uns 10 vagões.


No dia 13 de março que era sábado, estes vagões remanescentes foram levados até Itajaí, onde permaneceriam até o momento de serem transladados via marítima até o porto de São Francisco, onde foram incorporados à frota da RVPSC. Neste dia 13 somente a locomotiva 331 voltou para Itoupava Seca, sendo guardada no galpão principal. As locomotivas a vapor eram muito pesadas e o pessoal não queria ter o trabalho de transladar todas as 12 que tinha para São Francisco, por ser desnecessário. Jurássicas como eram, não teriam serventia na RVPSC que já operava a diesel. Assim ficaram em Itoupava até 1973 para daí serem sucateadas. 

A imagem de 1930 – Mostra a antiga estação ferroviária de Blumenau – demolida a partir de Setembro de 1974
Imagem: Adalberto Day
Nestas operações do dia 13 não se sabe o nome do maquinista. Os ferroviários davam pouca importância pra isso, afinal era só mais um trem na escala deles, apesar de ser a última escala. Interessante também colocar que o próprio José Pacheco se irritou várias vezes na última viagem para Trombudo, pois alguns filhos de ferroviários, para curtir a última viagem, foram na cabine da locomotiva e sucessivamente trilavam o apito pra chamar a atenção, até que irritado, o Pacheco pediu pra eles pararem com essa “M...” porque " estava enchendo o saco". Curto e grosso, o Pacheco não era afeito a esses fru - fru - fru - e me disse que odiava cada vez que alguém acenava ou abanava com lenços a passagem do último trem.


Mas quem apitou pela última vez em Blumenau foi o Aníbal Rocha, já aposentado, em 1973, quando foi convocado para puxar as locomotivas para fora do pátio da Itoupava Seca para o procedimento do sucateamento, quando foi acesa novamente a 331 . Neste dia várias fotos foram feitas e o próprio Anibal Rocha mais afeito à fotos fez . Este último trem, que como já postei no grupo da EFSC não tinha nada de muito romântico. Nem em Blumenau não tinha muita gente na estação não. A maioria aplaudiu mesmo é a parada do trem que “enfeava " a glamorosa Blumenau de então e o trem era tido como o transporte da pobreza de então e como alguém escreveu num jornal de Brusque, que o trem servia mesmo só pros pobres que afinal tinham tempo pra andar de trem ou seja, eram pobres porque não gostavam de trabalhar.

Macuca
Imagem: Adalberto Day
Na década de 1990 a Macuca foi reformada e colocada na Praça ao lado da prefeitura de Blumenau desde 31 de agosto de 1991.

Arquivo de Adalberto Day/texto de Luiz Antônio Soares memorialista em Blumenau.

Para saber mais acesse:
http://adalbertoday.blogspot.com.br/2010/12/la-foi-o-trem.html
http://adalbertoday.blogspot.com.br/2009/05/o-centenario-da-estrada-de-ferro-santa.html
http://adalbertoday.blogspot.com.br/2010/12/praca-da-estacao.html

sexta-feira, 28 de março de 2014

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Sociedade - Quem perdeu e quem venceu no golpe militar de 64?

Por Luiz Flávio Gomes
Jurista e diretor-presidente do Instituto Avante Brasil. Estou no professorLFG.com.br

Depois de 50 anos, quem já se desencapsulou (quem já quebrou a casca do ovo para ver o mundo como ele é) sabe bem que quem perdeu, no golpe militar de 64, foram o comunismo, a esquerda, o presidente deposto João Goulart e seus seguidores, o seu governo (de setembro de 1961 a março de 1964), a FMP (Frente de Mobilização Popular), as reformas de base (agrária, escolar, financeira), a esperança dos sonhadores socialistas de um país melhor, os países alinhados com o socialismo mundial, o diálogo, a democracia (até a esquerda dizia que não dava para ter democracia com a barriga vazia), os salários dos trabalhadores (que foram arrochados), o poder aquisitivo do salário mínimo, a “república sindicalista”, o legalismo (Estado de direito), a falta de governamentalidade, os direitos políticos dos cassados, as vidas dos que morreram, a liberdade dos que foram exilados etc. Estes são os que perderam.

E quem venceu? No plano do aparente do aparente (o mais visível), venceram (no golpe militar de 64) o setor militar que queria a ditadura (que quis impedir a posse de Getúlio em 1950, a posse do Juscelino em 1955, a posse do João Goulart em 1961), a Marcha da Família com Deus para Liberdade (setor fundamentalista da Igreja católica), a conspiração da Direita (os conservadores), a solução autoritária dos problemas pátrios, a burguesia capitalista, a pequena burguesia conservadora de classe média, os EUA (que financiaram muita coisa, especialmente as marchas e o Ibad – Instituto Brasileiro de Ação Democrática), a doutrina da segurança nacional, a crise econômica de conjuntura, a inflação alta, a desorganização da economia, do abastecimento, o mercado negro etc.

Mas é no plano do oculto do aparente que conseguimos descobrir os que venceram de verdade: o capitalismo, que sempre foi o algoz do comunismo, sobretudo durante a Guerra Fria, os EUA (que ensinaram as técnicas de tortura para os militares brasileiros), os capitalistas da burguesia local bem como todos os que apoiaram essa elite, incluindo a grande imprensa (Globo, Estadão, Folha, Jornal do Brasil) etc. A grande guerra que estava por detrás do aparente do aparente não se travava entre Goulart e os militares fundamentalistas ou entre a esquerda e a direita locais, sim, entre a ameaça do comunismo (da União Soviética) e o capitalismo (dos EUA). Foi mais uma vitória deste último, que acabou derrotando (sobretudo depois da queda do muro de Berlim, em 1989) todos os “ismos” adversários: comunismo, socialismo, stalinismo etc.

Mas qual capitalismo venceu aqui no Brasil? O pior possível, o mais desqualificado e mascarado de todos, o mais primitivo e retrógrado, qual seja, o capitalismo selvagem, extrativista e patrimonialista, que não tem nada a ver com o capitalismo evoluído, distributivo e altamente civilizado, hoje praticado por Noruega, Suécia, Dinamarca, Canadá, Japão, Coreia do Sul, Holanda, Bélgica etc.

Aqui venceu o “milagre econômico”, que promoveu a concentração de renda, o enriquecimento de uma pequena elite burguesa (durante a ditadura nosso Gini – desigualdade -, já bastante desequilibrado, foi de 0,54 para 0,64), que se valeu do governo militar autoritário para parasitar o povo por meio de um neoescravagismo, fundado no arrocho dos salários dos trabalhadores e na redução do poder aquisitivo do salário mínimo (até hoje não recuperado).

Diziam que “o regime autoritário é bom por causa da racionalidade econômica”. Foi mesmo uma racionalidade em favor da concentração da renda nacional (reitere-se: do Gini 0,54 passamos para 0,64) e da quebradeira geral dos trabalhadores assalariados, do salário mínimo. Esse é o capitalismo brasileiro, patrimonialista, onde o governante confunde o patrimônio público com o patrimônio privado, favorecendo sempre a burguesia selvagem e extrativista, que se valeu da ditadura para aprofundar nosso apartheid social (processo de segregação de setores da sociedade), para endividar o país, gerar inflação (que é o gafanhoto dos salários), de quase 200% ao ano, corrupção abundante, analfabetismo, em suma, para quebrar o país mais uma vez, sem diminuir a riqueza da elite.

Foi assim que chegamos em 2014 como uma nação emergente fracassada: 16º país mais violento do mundo, com 27,1 assassinatos e 22 mortes no trânsito para cada 100 mil pessoas, com 16 das 50 cidades mais violentas do planeta, índice Gini de 0,51 (altíssima desigualdade), posição 85 no IDH (ridícula), renda per capita muito baixa (USD 11 mil), 8º país do mundo em analfabetismo, ¾ da população é analfabeta funcional, piores colocações nos rankings internacionais de educação (PISA etc.), falta de mão de obra qualificada, crescimento econômico raquítico (pibinho baixo), políticos corroídos pela corrupção, democracia puramente formal, estado patrimonialista, igualdade material utópica, sociedade incivil, justiça precária etc.
 

Imagens 1, 2, 3 e 4: Reprodução

quinta-feira, 27 de março de 2014

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Sociedade e Política - Nação Perdida.


Aviso aos Navegantes, vou repetir vários temas que já abordei em outros textos, continue por sua conta, risco e paciência.

Vivemos atualmente no Brasil uma guerra civil velada entre crime organizado e a sociedade civil, além de enfrentarmos uma crise política de proporções históricas.

Tem havido enfrentamentos entre manifestantes e a polícia com atos lamentáveis de ambas as partes, vide o mais próximo de nós que foi o embate entre a polícia com os estudantes da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina).

Você já observou como a polícia militar de São Paulo vem “lapidando” suas técnicas de repressão às manifestações? Com direito a “pelotão ninja” e tudo mais. Pelotão ninja? De onde esses caras arrumam esses nomes, de algum filme de ação dos anos 80? Um governo que tenta tratar manifestações populares como “atos terroristas” sinceramente me tira do sério.

Black Blocs? Mst? Tudo farinha do mesmo saco, maça de manobra dos “Comunas”, praticamente um exército de aluguel, bandidos!!!

Sabe a “Força Nacional de Segurança Pública (FNSP)”, aqueles que usam “Boinas Vermelhas” e têm uma semelhança dantesca com os uniformes do exército do país fictício de “Vilena” que aparece no filme “Os Mercenários”, quele mesmo filme que foi gravado no Brasil? É incrível como são parecidos tanto na estética quanto em seus objetivos, ou seja, a Força Nacional está mais para um exército de uma ditadura do que para protetores da população. 

Outra semelhança absurda que a FNSP nos remete é à criação da SS Nazista, uma organização paramilitar que servia ao partido nazista. Paramilitares!! Não se engane, a FNSP não é unicamente uma “Força Policial”.

É justamente este exército particular que irá fazer a “segurança” na copa do mundo de 2014. Seria cômico se não fosse trágico. Somos um país com “Força de Segurança paramilitar” e com “Polícia Militar”, isso de fato não parece coisa de um país que preze a liberdade individual e o bem coletivo, pois soldado persegue INIMIGOS e não CIDADÃOS.

Polícia deve “Proteger e Servir” e não “Escravizar e Punir”.
Em uma publicação do “Comitê Internacional da Cruz Vermelha” é afirmado que :
“ É preciso ter uma força bem treinada, profissional e disciplinada para tranqüilizar ou dispersar uma multidão. O desafio é grande para a polícia ou as forças de segurança, que podem ser mal-preparadas ou mal-equipadas para uma tarefa deste tipo. No entanto, o desafio é bem maior para os membros das forças armadas, cujo papel ou missão os prepara para lidar com inimigos e não com seus concidadãos. Eles não são, portanto, treinados ou equipados para controlar uma multidão.”

Portanto, aos defensores do “retorno” do exército às ruas e ao governo eu só posso fazer lamentar. Nenhuma ditadura é boa, nem a de esquerda e muito menos a de direita. O Iraque é um belo exemplo de um povo que no início apoiou um ditador que foi Saddam Hussein e depois teve um arrependimento tardio. .

Exército é treinado para combater e não para proteger. Sua função é garantir a “soberania nacional” contra “ameaças” internas e externas e não fazer papel de polícia.

Vejo atualmente muitos defensores do “retorno” do governo militar e posso somente afirmar que um Presidente com patente militar e que, tenha sido eleito pelos cidadãos difere de uma presidência imposta em uma ditadura e muito menos significa que este Hipotético Presidente faria uso do exército como força policial.

Polícia é polícia, exército é exército. 

Mesmo que esta afirmação pareça pueril e óbvia ela não é menos verdadeira por conta disso. Friso o que sempre afirmei, o Brasil só pode melhorar quando investirmos massivamente em “Educação, Saúde e Segurança”. Acredite, quando houver Educação e Saúde de qualidade haverá Segurança de qualidade, pois tanto educação quanto saúde são de fato uma forma de “Segurança Preventiva”.

Queremos uma nação melhor, porém cabe muito mais a nós fazermos o trabalho pesado e pormos a “mão na massa” para começar as mudanças necessárias do que aos “políticos” de araque e sangue sugas que temos (que me perdoem os bons políticos estejam em que planeta estiverem).

Chega de votos do cabresto ou coronelismos disfarçados de benefícios sociais. Nosso povo urge por “autonomia” para viver com orgulho e não de assistencialismo barato que só domestica aqueles que dependem dessa renda.

Povo educado e saudável é povo RICO.

O cantor e compositor “Oswaldo Montenegro” em uma de suas canções diz o seguinte: “Eu insisto em cantar, diferente do que ouvi. Seja como for recomeçar, nada há, mais há de vir”.

- “Seja como for recomeçar”. Existe uma expressão mais bela do que esta? Você recomeça porque tem esperança e quer fazer diferente, quer mudar, quer ser melhor, quer tentar. Então meu caro cidadão brasileiro, tente, não perca a esperança de que nossa nação pode ser melhor, pode ser justa e não mais uma Nação Perdida.

Imagens: Reprodução

quarta-feira, 26 de março de 2014

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Trânsito - Saiba como contribuir para o Maio Amarelo em Blumenau


Até a data em que escrevi este artigo o trânsito de Blumenau já registrava 7 mortos: três em janeiro, dois em fevereiro e outros dois em março. Em 2013 tivemos 39 vidas perdidas no trânsito de Blumenau. Por iniciativa do Conseg134, do bairro da Velha, a sociedade organizada vem atendendo ao chamamento para ações coordenadas e sistêmicas para um trânsito menos violento, mais humano e seguro. É a nossa cidade, a sociedade organizada se unindo ao poder público pela preservação da vida no trânsito. Agora, temos que ter como nossa melhor parceira a população.

A primeira comissão de trabalho formada já nas primeiras reuniões é a comissão Maio Amarelo, que também coordenada as atividades da Semana Mundial de Segurança do Pedestre de 2014, entre os dias 6 e 13 de maio. Estão sendo programadas diversas atividades envolvendo a população, dentre elas as blitze educativas.

O Maio Amarelo é um movimento internacional pela preservação da vida no trânsito, que inspirado nos movimentos Outubro Rosa e Novembro Azul, tem como símbolo um fitilho amarelo para usar na lapela. Amarelo é a cor da atenção no trânsito, cor da advertência aos perigos da via e da vida.

É a primeira vez que Blumenau terá um movimento tão grande, tão visível, tão forte, tão integrado entre a sociedade organizada e o poder público. Pessoas e entidades abnegadas, que não ganham um centavo para se preocupar com a vida dos outros no trânsito e que estão juntas, fazendo todos os esforços para que possamos sensibilizar cada um: cidadãos, poder público, empresas, ONG’s, terceiro setor de uma forma geral, instituições, associações, líderes comunitários, pedestres, motoristas, ciclistas, skatistas, catadores de reciclados, enfim, todos que fazem o trânsito acontecer em Blumenau.

Pessoas que doam o melhor de si, doam o seu tempo (e tempo é algo precioso que nunca mais volta, assim como a vida que se vai num acidente), doam a sua boa vontade, a sua iniciativa, no compromisso de chamar à atenção pela necessidade de preservar a vida no trânsito.

Estamos cansados de tantos acidentes. Cansados de tanta dor. Cansados de notícias ruins que trazem em suas manchetes a morte, o sofrimento das famílias, a vida que se vai.

Sabem quando chega naquele ponto em que é a gota d’ água? Em que o gigante acorda? Em que a gente não suporta mais?

No fundo, sabemos que essa indignação, que essa sensação de insuportável é comum à todos, até aos condutores e pedestres que não tem autocuidados no trânsito, que não respeitam a sinalização, a lei e a própria vida ao cometerem imprudências, imperícias e negligências.

As pessoas perguntam: como eu posso participar do Maio Amarelo? Mas, o mais importante é participarmos desse movimento não só em maio, mas em todos os dias do ano. O mais importante não é comparecer e prestigiar uma programação na Semana Mundial do Pedestre, mas que em todos os dias de nossas vidas tenhamos autocuidados no trânsito para nos mantermos vivos.

Como pedir a uma cidade inteira que cuide da vida do outro no trânsito se as pessoas não estão preocupadas em cuidar da própria vida?

Cada cidadão pode fazer a sua parte. Empresários podem patrocinar e se beneficiar pela legislação que concede benefícios fiscais a quem contribui com ações e movimentos como o Maio Amarelo. Podem iluminar suas empresas e estabelecimentos de amarelo, fazer a programação da SIPAT com palestras preventivas de acidentes de trajeto em maio, dentre outras ações parceiras.

Seja um patrocinador

Precisamos de centenas de camisetas amarelas, de botons, de patrocínio para rodar os panfletos que serão distribuídos à população em blitz educativa em diversos pontos da cidade.

Vamos precisar de faixas de 6 metros para as blitz educativas, para afixá-las nas principais passarelas e locais visíveis da cidade. Vamos precisar de quilômetros de fitilhos amarelos e microalfinetes para produzir e distribuir o material que vai ser usado na lapela.

Precisamos de todos os veículos de imprensa como nossos parceiros, como colaboradores para que noticiem também todas as ações do Maio Amarelo, para reportagens educativas, informativas, com dicas de autocuidados. Para que coloquem em suas páginas o fitilho amarelo que é logo do movimento internacional em defesa da vida no trânsito.

Precisamos da sua força, do seu apoio, para unirmos o máximo de pessoas que pudermos, todos de camisetas amarelas, para formarmos um fitilho humano no campo do Sesi para mostrar que Blumenau está junto no movimento e que nos preocupamos sim, com a preservação da vida no trânsito.

Precisamos de mais parceiros, precisamos de mais pessoas para que possamos percorrer simultaneamente diversos bairros, pontos da cidade com blitze educativas e distribuição de panfletos com dicas de autocuidados no trânsito.

Precisamos que você pare, nos dê atenção e nos ouça. Precisamos que nos ajudem a tentar diminuir essa mortandade absurda no trânsito de Blumenau.

A nossa cidade tem sido sempre um exemplo de solidariedade, de humanidade e de compaixão a cada enchente, a cada vez que o Itajaí Açu enche, transborda e nos obriga a juntar todas as forças que sobraram em meio a tanta dor para que façamos a reconstrução da nossa cidade e de nossas vidas.

Só que dessa vez o rio que enche, que transborda, que devassa com força arrasadora é o rio de lágrimas de uma sociedade inteira que não pára de chorar os seus mortos em acidentes de trânsito.

Precisamos muito da força de cada blumenauense na luta pela atenção e preservação da vida no trânsito. Ajude-nos como puder: com doações para o movimento, patrocinando as faixas, panfletos, camisetas, adesivos, doando os fitilhos, os microalfinetes, doando um pouco do seu tempo e a força da sua alma e das suas mãos. Visite o site www.maioamarelo.com e registre a sua mensagem de apoio.

A coordenação catarinense do Maio Amarelo é em Blumenau, o email é thesys@uol.com.br e os telefones (47) 3330-7740 e (47) 9936-8404. Todos que assinarem a carta-compromisso participando do Maio Amarelo terão as logos de suas empresas e suas marcas divulgadas no site nacional do movimento. 


Por Márcia Pontes
Educadora de Trânsito

Créditos das Imagens:
Todas as imagens foram criadas pelo movimento Maio Amarelo.

terça-feira, 25 de março de 2014

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Sociedade - Faremos uma limonada com o limão que nos deixaram como opção!


Este fim de semana andei postando no meu face, algumas opiniões da imprensa europeia sobre o Brasil nesta época de copa, não é minha intenção aqui relatar as referidas opiniões, pois elas não foram nem um pouco positivas. Porém o que se pode esperar dos europeus se eles chegam no Brasil querendo conhecer favelas!! Com tantas belezas naturais que temos por aqui.

Relato aqui a indignação do presidente do Blumenau Convention & Visitors Bureau, Murilo Benini, que é amigo irmão meu a mais de 30 anos.

Ele disse o seguinte:

"Não temos estradas , não temos respeito como pagadores de impostos não tivemos nenhum movimento positivo no turismo e nem respeito como empresários do turismo".

Na copa, para o povo, sobra o legado de campos de futebol superfaturados e só 4 anos de profundo marasmo, roubalheira e desilusão de um povo que buscou de forma equivocada em pessoas desequilibradas e mal intencionadas um norte em suas vidas.

Isso tudo nada tem a ver com copa do mundo,mas sim com a incapacidade de fazermos a oportunidade única de sermos enxergados pelo mundo como uma nação de indivíduos bem intensionados e trabalhadores ,pagadores da maior taxa de impostos do mundo e que nem assim desanimamos e nem deixamos de ser o melhor povo do mundo. Faremos uma limonada com o limão que nos deixaram de opção.

Parabenizo aqui o Trabalho do Benini no Bureau, pois ele e todos empresários de turismo em Blumenau e no Brasil, são vencedores, pois estão num país em que o próprio povo faz questão de mostrar só o negativo, mesmo tendo imensas belezas naturais e um povo hospitaleiro.

Onde Dubai, que é menor que Florianópolis, recebe mais turistas que aqui.

Fica aqui um alerta, vamos mostrar para todos que vem nos visitar o que temos de melhor, pois isso gerará divisas, que manterão muito de nossos empregos amanhã.

Créditos das Imagens:
1ª e 2ª Imagem: Reprodução

segunda-feira, 24 de março de 2014

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Trânsito - Todo dia Blumenau no Maio Amarelo

O Blog Todo dia Blumenau apoia o Maio Amarelo para um Trânsito mais Humano e seguro para todos nós. O Todo dia Blumenau vem defendendo a causa de um trânsito seguro desde a sua criação, portanto não poderia ser diferente no Maio Amarelo. Junte-se a nós!

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Trânsito - Campanha Paz no Trânsito e Maio Amarelo em Blumenau ganham novas adesões


Pegue uma boa ideia e um monte de gente com vontade de mudar as coisas para melhor; adicione empatia, humanidade, determinação, cooperação, muita solidariedade e terá uma sociedade organizada em torno de uma causa: uma ação coordenada entre a sociedade organizada e Poder Público para conscientizar as pessoas sobre a necessidade de autocuidados e preservação da vida no trânsito. É isso que buscam as 20 entidades e 39 participantes da Campanha Paz no Trânsito: faça a sua parte!
Quem é o pai ou a mãe da criança pouco importa: estamos mais preocupados, interessados e engajados em fazermos a nossa parte, em darmos o melhor de si para uma Blumenau unida pela paz e a humanidade no trânsito. Basta saber, até para constar na biografia, que a iniciativa partiu do Conselho de Segurança do Bairro da Velha (Conseg134) depois que eu, Márcia Pontes, como educadora de trânsito, recebi da presidente, Vivian Persuhn, o convite para começar a frequentar as reuniões do Conseg.

Na reta final da graduação em Segurança no Trânsito pela UnisulVirtual, sempre procurei praticar a extensão universitária, aplicando na prática, em forma de projetos educativos e preventivos, os conhecimentos construídos ao longo do curso. E foi com esse espírito que me uni ao Conseg da Velha.

O murro na mesa

Só o que não sabíamos é que o dia 4 de fevereiro mudaria para sempre a nossa história: a história de dona Iracema Schnatz, 75 anos, a história do Conseg134 e a própria história de se traçar estratégias educativas e preventivas para a preservação da vida no trânsito em Blumenau.

Dona Iracema foi atropelada em cima da faixa de pedestres em frente ao Terminal da Velha. Não resistiu aos ferimentos e às diversas fraturas e morreu 3 horas depois no hospital.

Essa foi a gota d’ água. Esse foi o murro na mesa para se dar um basta à nossa indiferença. Um basta ao modo como vínhamos fazendo as coisas e para inaugurar um jeito novo, mais humano, mais parceiro, mais solidário, mais atuante de cada um exercer a sua responsabilidade social em relação à preservação da vida no trânsito.

Partiu de dentro do Conseg134 a ideia de fazermos uma campanha de trânsito no nosso bairro e de iniciarmos um projeto modelo que seria apresentado à sociedade. Só que a sociedade tem pressa, não sabe quem será a próxima vítima no trânsito e qual de nossas famílias vai chorar a dor da perda de um ente querido morto em acidente de trânsito.

A sociedade tem pressa e uma vontade enorme de se organizar, de começar a fazer alguma coisa, e por isso o projeto se estendeu à toda Blumenau.

Nunca na história de Blumenau se viu tamanha mobilização, tanta gente junta, cada qual representando um setor da sociedade organizada: empresas, terceiro setor, profissionais liberais, poder público, órgãos de segurança pública, em torno de uma questão de tamanha necessidade e abrangência. Ainda mais em se tratando de trânsito. E o melhor de tudo é que a cada dia cresce a adesão de novos parceiros, de novos multiplicadores.

A primeira reunião foi no dia 28 de fevereiro, com 20 pessoas representando 17 entidades. Já na segunda reunião, no dia 13 de março, foram 38 pessoas representando agora 28 entidades. E vem mais gente, mais parceiros por aí para a próxima reunião no dia 27 de março, pois os organizadores da campanha estão fazendo novos convites e dá as boas-vindas a quem quiser participar.

Ações contextualizadas, coordenadas e sistêmicas


O projeto começou e começou bem: integrado ao Projeto Pequenas Ações, Grandes Valores, no Cantinho do Bom Pastor, no Bairro da Velha. Todas as crianças do CEI e suas famílias participam desse projeto permanente de educação para o trânsito que inclui até as crianças do berçário. Nas reuniões com os pais eles foram apresentados ao projeto e se tornaram colaboradores fiéis. Seus filhos fazem o curso de Agente de Trânsito Mirim no próprio CEI e no dia da formatura recebem uma CNH Mirim, que os autoriza a dirigir somente veículos apropriados para crianças (Velotrol, Tonka, bicicleta) e também a chamar a atenção dos adultos que não se comportam bem no trânsito.

Conheça as primeiras ações do projeto realizadas com as crianças e suas famílias. O próximo público-alvo são os alunos do Ensino Médio das escolas da área de abrangência do Conseg134.



As crianças também recebem talões de multa moral para autuar o pai infrator. E a garotada garante: os pais e outros adultos passaram a comportar muito melhor no trânsito aprendendo com elas.

Outra ação que promete ser histórica em Blumenau é o Movimento Internacional Maio Amarelo, de conscientização para a redução de acidentes e por um trânsito seguro para todos em qualquer situação. O objetivo é bem este: colocar em pauta, para a sociedade, o tema trânsito e estimular a participação da população, empresas, governos e entidades numa ação e reflexão permanente. Inspirado em movimentos como o Outubro Rosa e Novembro Azul tem como símbolo o fitilho amarelo para usar na lapela.

Novas comissões de trabalho estão se formando, mas a comissão organizadora do Maio Amarelo já se reuniu pela primeira vez para traçar o planejamento e as linhas de execução das ações. E pela vontade, pela garra, pela sede, pela cooperação, solidariedade e vontade de trabalhar de todos, teremos um movimento e uma mobilização histórica da população durante todo o mês de maio e de forma permanente na cidade.

Afinal, não é todo dia que se reúne parceiros em torno de uma causa comum, tais como: Conselhos Comunitários de Segurança dos 35 bairros, Secretaria de Desenvolvimento Regional, ABLUDEF, Comissão de Defesa dos Direitos dos Portadores de Deficiência e Patologia (CODEPA), Rede Feminina de Combate ao Câncer, Instituto William Naatz de apoio às vítimas de acidentes e suas famílias, ACIB, AMPE e ABC Ciclovias.

Some-se a esse time a Coordenação do Fórum Municipal de Segurança Pública, Saúde do Idoso/Pró Família, gabinetes, Câmara de Vereadores, Polícia Militar, Polícia Rodoviária Estadual, Polícia Civil/DETRAN, Corpo de Bombeiros, Instituto Federal Catarinense, CEREST, Escola Pública de Trânsito, Guarda Municipal, SEST/SENAT e Sindicato das Autoescolas (SINDEMOSC).

Dada a quantidade de entidades e a complexidade do trabalho, os convites continuam sendo feitos a outros parceiros indispensáveis em qualquer ação dessa dimensão coletiva. Num sinal de trégua paramos de bater e de apanhar para, juntos, darmos cada um o seu melhor para um trânsito de paz, mais humano e solidário.

Sozinhos podemos pouco. Juntos, podemos salvar milhões de vidas! Esse é o exemplo que vamos dar ao Brasil e ao mundo.


Por Márcia Pontes
Educadora de Trânsito


Imagens: Reprodução

domingo, 23 de março de 2014

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Trânsito - Conheça o que impede a colocação de faixas elevadas em Blumenau



Pela segunda vez vereadores de Blumenau tentam emplacar um projeto de lei para a colocação de faixas de pedestres elevadas. Da primeira vez, o PL chegou a ser barrado mesmo antes de ir à votação. Consta no site da Câmara Municipal como em trâmite o  Projeto de Lei nº 6568/2014, de autoria do vereador Adriano Pereira. 
 
O texto do PL é curto e apenas traz em seu art. 1º o pleito de obrigatoriedade de implantação de faixa elevada, na altura da calçada, para a travessia de pedestres nas vias públicas, em frente a todas as escolas localizadas no município de Blumenau. Não menciona as especificações técnicas que padronizem a construção, medidas e especificações do dispositivo de traffic calm. E mesmo que mencionasse, não teria validade jurídica, pois o assunto é de competência do CONTRAN.
Paralelamente, circula pelas redes sociais um abaixo-assinado na página Avaaz.org que vem se espalhando de forma viral pleiteando as tão sonhadas faixas de segurança elevadas. Só que apesar da boa vontade, iniciativa e necessidade desse importante dispositivo de segurança para forçar os motoristas a diminuírem a velocidade e evitar acidentes, o município não pode implantá-lo porque ainda não está regulamento na legislação, embora tais dispositivos já estejam previstos na Norma ABNT NBR9050.

Que fique claro que não sou contra as faixas elevadas para travessia de pedestres. No meu papel de profissional em Segurança no Trânsito e como estudiosa do assunto, me sinto no dever de ofício de tentar explicar os aspectos legais do impedimento. 

Quem regulamenta o assunto é o Contran Embora o município possa tomar decisões locais em relação à segurança no trânsito no âmbito de sua circunscrição, as questões legais relacionadas ao trânsito são de competência da União, representada pelo Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN). 

O CONTRAN é o coordenador do Sistema Nacional de Trânsito e Órgão normativo e consultivo máximo, responsável pela regulamentação do Código e pela atualização permanente das leis de trânsito. Seguindo a hierarquia constitucional, as leis municipais e estaduais não prevalecem sobre as federais.

Não é o município nem o estado que decide a regulamentação das faixas de pedestre elevadas, mas sim o CONTRAN, que ainda tem o assunto sendo debatido pelas Câmaras Temáticas, órgãos técnicos vinculados ao CONTRAN, integradas por especialistas designados para oferecer sugestões e embasamento técnico sobre assuntos específicos.

A Câmara Temática que cuida da questão das faixas elevadas de pedestres é a de Engenharia de Tráfego, de Sinalização e da Via. Não há, por enquanto, qualquer regulamentação sobre o assunto de modo que enquanto o CONTRAN não regulamentar, as faixas elevadas são ilegais. 

O que existe é uma minuta de projeto, um rascunho do texto que se pretende aprovar e transformar em Resolução, portanto, sem qualquer valor legal.


Município pode ser penalizado


Na verdade, penalizados os municípios já estão sendo com tantos acidentes que poderiam ser evitados diante da falta de regulamentação do CONTRAN para aprovar as faixas elevadas para travessia de pedestres. Mas, falamos aqui dos princípios básicos da Administração Pública ditados pela própria Constituição Federal de 1988 e que as prefeituras tem obrigação de respeitar. E quando falo Administração Pública não estou me referindo ao prefeito tal ou partido tal, mas sim, ao município como ente federativo e como integrante do Sistema Nacional de Trânsito.

Um dos princípios básicos da Administração Pública é só fazer aquilo que conta em lei, agindo sempre em conformidade estrita à norma jurídica. O administrador tem a lei como seu meio e só pode praticar aquilo que nela constar por determinação expressa.

Ao contrário do cidadão comum, para o qual tudo o que a lei não proíbe é permitido, em se tratando de Administração Pública, fazer qualquer coisa que não conste em lei caracteriza a conduta ilegal do administrador público. Sendo assim, não fica difícil entender porque a Câmara de Vereadores não pode apresentar e votar um projeto de lei como o das faixas elevadas de pedestres porque trata-se de matéria inconstitucional para os vereadores e para o município.


Então, porquê nos outros municípios tem?


Das duas uma: ou os prefeitos estão se arriscando por conta própria a serem penalizados de várias formas ou conseguiram autorização em caráter experimental e por período prefixado a utilização da faixa de pedestres elevada, conforme art. 80 do CTB. No entanto, isso não serve de garantia, pois o § 2º diz que o CONTRAN poderá (e não deverá) e depois que termina o prazo estipulado o município tem que remover a faixa elevada. E além do mais, sei de fontes seguras ligadas ao CONTRAN que as concessões não estão sendo feitas para evitar uma avalanche de faixas elevadas nos municípios sem que haja regulamentação oficial.

O que acontece hoje é que cada município segue as dimensões incompletas da minuta de projeto de Resolução do Contran, que nada mais é um rascunho de resolução, documento sem qualquer validade jurídica.

Em Presidente Prudente o Ministério Público, que é por natureza o fiscal das leis e age no sentido de que todas elas sejam cumpridas, entrou com ação para retirada das faixas elevadas de pedestres já construídas. Agora imaginem o que foi de tempo, dinheiro e trabalho em vão insistir em colocar esses equipamentos sem regulamentação legal!

Claro que há outros municípios que mesmo assim colocaram as suas faixas elevadas que ainda estão lá porque o Ministério Público ainda não se manifestou contrário. Mas, continua sendo sem validade jurídica e ferindo o princípio de legalidade que a Administração Pública deve respeitar.

Outro risco que as prefeituras correm em implantar as faixas elevadas para pedestres é de amanhã ou depois o CONTRAN publicar resolução com medidas e especificações diferentes daquelas utilizadas e o município ser obrigado por força da Constituição, do CTB e da referida Resolução a ter que retirar os redutores existentes para adequação.

Eu sei que é de indignar: o pleito da população é legítimo, as faixas elevadas para travessia de pedestres são uma necessidade, mas é assim que funciona e a lei deve ser respeitada. Quem é do meio sabe: dura lex, sed lex. A lei é dura, mas é a lei. E os princípios legais são os mesmos da mesma lei pela qual estamos lutando para que tenhamos dispositivos que ofereçam mais segurança aos pedestres na travessia.

Neste sentido cabe pressionar o CONTRAN a tomar com a maior brevidade as suas decisões a respeito para editar a Resolução.
 
Por Márcia Pontes
Educadora de Trânsito

Créditos das Imagens:
, 2ª, 3ª, 4ª e 5ª  Imagem: Reprodução