Porque muitos candidatos iniciam a preparação para concursos públicos e
desistem antes da aprovação? São vários os fatores que atrapalham o estudo,
como cansaço, pressão familiar, dificuldades financeiras. Confira como manter o
foco nos estudos até conquistar a tão sonhada vaga no serviço público.
Ingenuidade quando se inicia o projeto
A aprovação nem sempre vem com a primeira oportunidade. Ou melhor:
raramente vem. Concurso público é um projeto de médio ou longo prazo. Quem não
se prepara para isso é derrubado na primeira frustração.
Cansaço extremo
Correr uma maratona é algo absolutamente extenuante. Assim é a
preparação para as provas. No início, parece simples e possível. A pessoa está
empolgada com o projeto e se sente cheia de energia. Com o passar dos meses, a
empolgação começa a perder força na mesma medida em que o corpo e a mente
reclamam do cansaço. Mas assim como na corrida, é possível romper a barreira em
que parece impossível continuar. E nesse momento é importante lembrar que já
foi trilhada a maior parte do caminho. O que significa que a chegada está
próxima.
Pressão de familiares
Quem começa a estudar para concurso costuma enfrentar duas situações com
a família e amigos: ou eles estão muito motivados e torcendo pelo candidato, ou
não acreditam muito e pensam que, em breve, a pessoa vai desistir.
Nos dois casos, as pessoas não envolvidas com o projeto acreditam que
tudo será resolvido em pouco tempo, no máximo um ano. Quando isso não acontece,
podem fazer acusações e cobranças. O candidato corre o risco de ouvir de
pessoas próximas que já deveria ter sido aprovado - o que causa uma profunda
sensação de incompetência - ou que seria melhor desistir. Normalmente, quem tem
vínculo afetivo com o candidato se ressente da falta de disponibilidade dele e
dos momentos de convivência e anseia pela solução disso, que só viria com a aprovação
ou mesmo com a desistência.
Cabe ao candidato aceitar que é muito difícil para quem está de fora
entender a dinâmica do projeto. Nós sabemos que a aprovação demora alguns meses
ou anos, e que isso não significa que ela não será alcançada.
Falta de dinheiro
Campeã de justificativa – e, infelizmente, a mais difícil de superar – é
a questão financeira. Chega uma hora em que o dinheiro acaba e o candidato
começa a responsabilizar as despesas com os estudos pela situação. Afinal, são
investimentos com cursos, livros, transporte, inscrições em concursos. Tudo
isso é agravado no caso dos candidatos que não estão trabalhando e optaram por
dedicar-se exclusivamente à preparação. Mas é possível encontrar alternativas
para continuar estudando. Há uma grande oferta de cursos que podem ser pagos em
parcelas, há materiais gratuitos na internet. De todo modo, é preciso buscar em
vez de lamentar. Saber pedir e aceitar ajuda. E lembrar que a falta de dinheiro
já estava lá antes. O projeto concurso público começa justamente para a
conquista de um trabalho seguro e bem remunerado.
Vergonha por reprovações
No decorrer da nossa vida escolar, somos acostumados a encarar
reprovações como fracassos. O mesmo acontece quando vamos a uma entrevista de
emprego. No entanto, projetos grandiosos implicam uma longa caminhada e algumas
correções de rumo. Os tropeços na vida de quem está em busca de algo, alguém
que deixou o seu espaço de acomodação e se lançou no desconhecido para
conquistar uma vida melhor, são apenas ajustes necessários para o sucesso da
empreitada.
Insegurança
De forma geral, o que observo é que o candidato só desiste quando duvida
que seja capaz. Aí todos os motivos anteriores ganham força e tornam-se a
justificativa perfeita. Infelizmente, é difícil lembrar nesse momento que os
anos passarão e a vida continuará do mesmo jeito. Quem tem certeza (ou quase)
de que a vitória está ali adiante segue em frente, haja o que houver.