Por Luiz Flávio Gomes / Arquivo Jusbrasil
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Nos países de capitalismo selvagem (extrativista e patrimonialista, como o nosso), que são completamente distintos dos países de capitalismo evoluído e distributivo (Áustria, Austrália, Holanda, Bélgica, Noruega, Dinamarca, Canadá etc.), é o dinheiro público que aberrantemente paga as despesas médicas, incluindo implantação de próteses dentárias com ouro e até sessões de fonoaudiologia (Estadão 9/3/14, p. A4), dos senadores, ex-senadores e seus dependentes. Houve pedido de ressarcimento até de aplicações de Botox, implante hormonal, acupuntura, lentes de contato, tratamento estético (retirada de uma verruga), despesas de frigobar em hospital etc. Vários foram indeferidos. Tudo é pago só com notas fiscais e recibos, sem perícia nos pacientes.
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Todo brasileiro decente com possibilidades mínimas tem seu plano de saúde. O político não pode fugir desse padrão. Se quer ser decente. Dentre tantos, segue um bom exemplo. Na Suíça os políticos são militantes, não profissionais. Todo político, com raríssimas exceções, continua exercendo sua profissão normalmente (médico, engenheiro, advogado, fazendeiro, administrador de empresas, sindicalista, industrial, comerciante, funcionário público etc.). Ganha jetons (salários) pelas participações em reuniões e deliberações do interesse público. Uma ou duas por semana. O político profissional é fonte de corrupção, de extrativismo, de privilégios e de parasitismo (sugação descarada do dinheiro público até onde for possível). É que o político profissional vive de reeleição. Para não perdê-la, entrega o corpo e a alma para o diabo da corrupção, da extorsão, do clientelismo e do enriquecimento. Ele abandona sua profissão original. Torna-se irreciclável para a vida laboral civil. Porta aberta para a sua “compra”, especialmente pelo poder econômico ou por sindicatos.
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