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sábado, 26 de outubro de 2013

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INTOLERÂNCIA RELIGIOSA: Esse mal tem que acabar!

 Por ABRAVIPRE

Foto: ABRAVIPRE
Em 2009, saímos às ruas de Fortaleza para denunciar a discriminação religiosa praticada pela Religião Testemunhas de Jeová contra ex membros. No ínterim destas manifestações, conseguimos não somente mobilizar setores importantes da sociedade, como receber “APOIOS INSTITUCIONAIS” de entidades de direitos humanos, movimentos sociais, etc.

Nosso movimento ganhou maior força e visibilidade quando promovemos exposição de outdoors em avenidas, cartazes, fizemos panfletagem em massa, participamos de audiências públicas no parlamento, palestras, enfim…

Um caso de intolerância religiosa desconhecido, até então, se torna um referencial para o Ministério Público se dedicar a uma investigação por dentro das publicações da Torre de Vigia. A Promotoria, ao concluir o processo de investigação, se convenceu da existência de uma discriminação muito séria, planejada, institucionalizada, e praticada contra ex membros, se configurando a primeira ação penal no Brasil contra líderes locais da aludida religião, e, consequentemente, uma Ação Civil Pública ajuizada pelo Ministério Federal contra a Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados, e a Associação Bíblica e Cultural de Fortaleza – Ceará.


As ações do Ministério Público contra a discriminação religiosa estimularam a grande mídia televisiva, a veicular amplamente a temática, sem contar com emissoras de rádios, jornais impressos e virtuais como a Folha de S. Paulo, Jornal O Globo. Extra do Rio, o Diário do Nordeste, o Povo de Fortaleza, dentre muitos outros.

O combate contra a intolerância religiosa terá que ser global



Foto: ABRAVIPRE
O ativismo das ruas nos conduz ao crescimento, faz superar obstáculos, perder o medo de se manifestar publicamente, além de aguçar o nosso intelecto, a construir ações ousadas e inteligentes. Todos os que acompanham a nossa trajetória. (até mesmo cépticos), sabem da importância que a nossa luta proporcionou contra a intolerância religiosa. Marcamos uma nova era em defesa da liberdade religiosa, e reivindicamos um Estado Verdadeiramente laico a serviço da nação.

O ativismo cearense contra a desassociação tem estimulado desassociados a relatarem seus queixumes, inclusive de outros países. Um dos relatos inusitados é o de Nuno Álvaro Dala – Luanda – Angola. Nuno exerceu funções relevantes na Organização das Testemunhas de Jeová, dentre as quais Pioneiro Regular, e na hierarquia congregacional – ancião (pastor). Nuno relata:

“Em Angola a discriminação religiosa perpetrada pelas Testemunhas de Jeová tem levado milhares de pessoas à depressão e degradação moral, que muitas vezes tem beirado à loucura. Por outro lado, tem levado à destruição de laços familiares, à desintegração familiar e à destruição de casamentos. Um caso bastante elucidador ocorreu na cidade de Luanda, em Julho de 2013. É a morte de uma jovem de pouco mais de 20 anos, que, por ter tido relações sexuais antes do casamento (com um jovem “de fora”) e engravidado, suicidou-se. Por quê? Temendo a punição que lhe seria aplicada (desassociação) e visto que já estava a ser maltratada pela sua própria família dirigiu-se ao parapeito, subiu e atirou-se. Note-se que ela já sabia das terríveis consequências da desassociação e, entre ser rejeitada por todos e morrer, ela preferiu a segunda opção”.

Nuno conclui o seu relato afirmando, que, há necessidade de um esforço concentrado contra as desumanidades perpetradas pelas Testemunhas de Jeová contra ex membros, na modalidade da batalha cearense.

Foto: ABRAVIPRE
O relato deste jovem é um reflexo sobre o que tem acontecido na vida centenas e centenas de desassociados e dissociados, no Brasil, pois, quando saímos às ruas, não é incomum se ouvir relatos de suicídios de Ex Testemunhas de Jeová que aconteceram em nossa capital.

Estamos diante de um desafio monumental, necessário e urgente – ampliarmos o ativismo libertário cearense para outros estados, haja vista se detectar uma ignorância muito grande acerca do tema. Para tanto, em 21 de Janeiro – Dia Nacional de Combate a Intolerância Religiosa, estaremos visitando mais uma capital, desta feita para construirmos um trabalho com a sociedade para que tome conhecimento dos maus tratos que os desassociados vivem e sobrevivem. Quem estiver interessado, genuinamente, em contribuir, por favor, entre em contato conosco, a fim de programarmos uma agenda.

Em linhas gerais, a jornada contra a intolerância religiosa não acabou, e ninguém pode calar a nossa boca nunca mais. Para que se concretize o fim da escravização religiosa perpetrada pelas Testemunhas de Jeová, só há uma condição – que haja uma colaboração da parte de todos os discriminados, pois, embora que, a internet seja um instrumento muito útil e necessário para divulgação do caso em tela, a última palavra há de vir das ruas.