A imponência do prédio que abriga a Sociedade Dramático-Musical Carlos Gomes
sempre foi alvo de muitos comentários, principalmente daqueles que
atribuem a construção do prédio, na década de 30, aos marcos alemães,
supostamente vindos do 3º Reich.
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- O livro “O Punhal Nazista no Coração do Brasil”,
do Coronel Antônio Lara Ribas, editado nos anos 40 pela Delegacia de
Ordem Política e Social de Santa Catarina, órgão que combatia o
nazi-fascismo local, cita diversas sociedades e clubes catarinenses que
teriam recebido doação em dinheiro da Alemanha.
“Entre elas não consta o nome da Sociedade Teatral Frohsinn”, que durante a segunda guerra. passou a chamar-se Carlos Gomes.
Mas as lendas urbanas perseguem até hoje o Teatro.
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Conversando com um cidadão, cujo avô trabalhou nas obras do Teatro
Carlos Gomes, ele me disse que o avô contava que de vez em quando
arquitetos vinham da Alemanha acompanhar a construção. Teria isto algum
significado político? Ou seria apenas um intercâmbio técnico-cultural?
As lendas diziam também que o prédio seria a Sede do 3º Reich na América Latina, se Hitler ganhasse a guerra!
Hitler perdeu. Ficou a lenda!
Outra questão levantada sobre o prédio do Teatro é
a possível existência de um túnel, que ligaria os seus porões a uma
saída de emergência.
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De alguns anos para cá, muitas reformas foram feitas e nada,
absolutamente nada foi encontrado que denotasse escavação ou indícios de
um túnel ou coisa parecida. É bem verdade que existem paredes no prédio
com espessura de mais de meio metro. Mas, segundo consta, tudo de
acordo com o projet
o original. É bom lembrar um outro fato que, misturado a esta lenda, pode explicar alguma coisa.
o original. É bom lembrar um outro fato que, misturado a esta lenda, pode explicar alguma coisa.
Onde hoje existe a Rua Namy Deeke (transversal que liga a Rua XV à 7 de Setembro), corria um ribeirão.
Com a necessidade de se urbanizar o centro, o ribeirão foi canalizado
desde o morro da Rua 7 até o Rio Itajaí Açu. Como o terreno do Teatro
Carlos Gomes ficava ao lado do antigo Ribeirão, hoje Rua Namy Deeke,
muita gente, que acompanhava a construção da tubulação, que naquele
tempo era feita de aço, erguia os olhos e via o Teatro. Tinha tudo para
dar a impressão que do Teatro saía um túnel em direção ao Rio Itajaí
Açu.
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E a lenda vai mais adiante: na barranca um barco veloz estaria sempre a
postos, para levar Hitler até um local mais navegável do Rio, onde um
submarino aguardava o Führer, para levá-lo são e salvo a outro
território do Reino.
Indo mais adiante, subindo o Rio Itajaí Açu, chegando a Ibirama, nos vêm
à lembrança outra lenda: Hitler teria autorizado homens de sua
confiança, egressos da antiga Companhia Hanseática de Hamburgo, que
colonizou Ibirama, a encontrar uma grande área de terras para ali
instalar-se no Brasil.
Em 1934, o dirigível Graf Zepellin sobrevoou Blumenau e depois se dirigiu para Hammônia, hoje Ibirama.
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A justificativa dada pela Companhia Zepellin foi a de que o comandante
da aeronave, Dr. Hugo Eckner, tinha parentes na região e foi até lá para
saúda-los.
Dizem as lendas, que Eckner não deu muita importância à missão de mapear algum território para Hitler.
Ficou público e notório o desentendimento que marcou as relações do Fuehrer com o Conde Zepellin até o final da guerra.
Em 1936, Hitler abriu com pompas as Olimpíadas na Alemanha. E exigiu que
os dois maiores dirigíveis da Nação, o Graf Zepellin e o Hindenburg,
sobrevoassem juntos Berlim, uma verdadeira apoteose do
nacional-socialismo alemão.
Pois para conseguir este feito teve que ameaçar o Conde de que, ou os
dois dirigíveis voavam em dupla ou a empresa passaria ao controle do
Estado! Voaram.
Outra briga entre Zepellin e Hitler foi a colocação da cruz suástica no bojo das aeronaves. Só a muito custo a empresa Zepellin concordou em colocar a suástica nas caudas dos dirigíveis, e mesmo assim bem pequenas. Hitler queria que elas tomassem todo o bojo lateral, mas não conseguiu o intento.
Publicado originalmente no Blog Adalberto Day em segunda-feira, 10 de março de 2008
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Imagens: Reprodução.