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quinta-feira, 31 de outubro de 2013

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Os Vários Mitos que cercam o Teatro Carlos Gomes de Blumenau

Arquivo: Adalberto Day /  Texto: Carlos Braga Mueller escritor e jornalista 


A imponência do prédio que abriga a Sociedade Dramático-Musical Carlos Gomes sempre foi alvo de muitos comentários, principalmente daqueles que atribuem a construção do prédio, na década de 30, aos marcos alemães, supostamente vindos do 3º Reich. 
Foto: Reprodução
- Atendendo a uma solicitação do pesquisador Adalberto Day, dou abaixo a minha visão destes fatos, uma vez que sempre me interessei pelas “lendas urbanas” de Blumenau.

- O livro “O Punhal Nazista no Coração do Brasil”, do Coronel Antônio Lara Ribas, editado nos anos 40 pela Delegacia de Ordem Política e Social de Santa Catarina, órgão que combatia o nazi-fascismo local, cita diversas sociedades e clubes catarinenses que teriam recebido doação em dinheiro da Alemanha. 
“Entre elas não consta o nome da Sociedade Teatral Frohsinn”, que durante a segunda guerra. passou a chamar-se Carlos Gomes. 
Mas as lendas urbanas perseguem até hoje o Teatro.

Foto: Reprodução
- Primeira delas: a fachada seria uma réplica do quepe militar de Hitler. Não há como negar. Basta olhar para se ter esta impressão. O quepe do Führer, ou seja, lá de que general for, pode sim ter inspirado qualquer arquiteto, sem que tivesse havido conotação política no projeto.


Conversando com um cidadão, cujo avô trabalhou nas obras do Teatro Carlos Gomes, ele me disse que o avô contava que de vez em quando arquitetos vinham da Alemanha acompanhar a construção. Teria isto algum significado político? Ou seria apenas um intercâmbio técnico-cultural?
As lendas diziam também que o prédio seria a Sede do 3º Reich na América Latina, se Hitler ganhasse a guerra!
Hitler perdeu. Ficou a lenda! 
Outra questão levantada sobre o prédio do Teatro é a possível existência de um túnel, que ligaria os seus porões a uma saída de emergência. 
Foto: Reprodução
 De alguns anos para cá, muitas reformas foram feitas e nada, absolutamente nada foi encontrado que denotasse escavação ou indícios de um túnel ou coisa parecida. É bem verdade que existem paredes no prédio com espessura de mais de meio metro. Mas, segundo consta, tudo de acordo com o projet
o original. É bom lembrar um outro fato que, misturado a esta lenda, pode explicar alguma coisa. 
Onde hoje existe a Rua Namy Deeke (transversal que liga a Rua XV à 7 de Setembro), corria um ribeirão. 
Com a necessidade de se urbanizar o centro, o ribeirão foi canalizado desde o morro da Rua 7 até o Rio Itajaí Açu. Como o terreno do Teatro Carlos Gomes ficava ao lado do antigo Ribeirão, hoje Rua Namy Deeke, muita gente, que acompanhava a construção da tubulação, que naquele tempo era feita de aço, erguia os olhos e via o Teatro. Tinha tudo para dar a impressão que do Teatro saía um túnel em direção ao Rio Itajaí Açu. 
Foto: Reprodução
E a lenda vai mais adiante: na barranca um barco veloz estaria sempre a postos, para levar Hitler até um local mais navegável do Rio, onde um submarino aguardava o Führer, para levá-lo são e salvo a outro território do Reino. 
Indo mais adiante, subindo o Rio Itajaí Açu, chegando a Ibirama, nos vêm à lembrança outra lenda: Hitler teria autorizado homens de sua confiança, egressos da antiga Companhia Hanseática de Hamburgo, que colonizou Ibirama, a encontrar uma grande área de terras para ali instalar-se no Brasil. 
Em 1934, o dirigível Graf Zepellin sobrevoou Blumenau e depois se dirigiu para Hammônia, hoje Ibirama

Foto: Reprodução
A justificativa dada pela Companhia Zepellin foi a de que o comandante da aeronave, Dr. Hugo Eckner, tinha parentes na região e foi até lá para saúda-los. 
Dizem as lendas, que Eckner não deu muita importância à missão de mapear algum território para Hitler. 
Ficou público e notório o desentendimento que marcou as relações do Fuehrer com o Conde Zepellin até o final da guerra. 
Em 1936, Hitler abriu com pompas as Olimpíadas na Alemanha. E exigiu que os dois maiores dirigíveis da Nação, o Graf Zepellin e o Hindenburg, sobrevoassem juntos Berlim, uma verdadeira apoteose do nacional-socialismo alemão. 
Pois para conseguir este feito teve que ameaçar o Conde de que, ou os dois dirigíveis voavam em dupla ou a empresa passaria ao controle do Estado! Voaram. 
 
Outra briga entre Zepellin e Hitler foi a colocação da cruz suástica no bojo das aeronaves. Só a muito custo a empresa Zepellin concordou em colocar a suástica nas caudas dos dirigíveis, e mesmo assim bem pequenas. Hitler queria que elas tomassem todo o bojo lateral, mas não conseguiu o intento.  


Publicado originalmente no Blog Adalberto Day em segunda-feira, 10 de março de 2008 

Veja mais algumas imagens:


 
 

    

 Imagens: Reprodução.