(Clique nas imagens para ampliar e clique em continuar lendo para ler a matéria na íntegra)
Já são 250 atropelamentos pelas ruas de Blumenau desde o primeiro dia de 2013 até o dia 27 de novembro. Muitos deles, em cima da faixa de pedestres. Já tivemos mortes também por atropelamento enquanto o pedestre atravessava em cima da faixa de segurança.
Já são 250 atropelamentos pelas ruas de Blumenau desde o primeiro dia de 2013 até o dia 27 de novembro. Muitos deles, em cima da faixa de pedestres. Já tivemos mortes também por atropelamento enquanto o pedestre atravessava em cima da faixa de segurança.
Imagem: Reprodução |
No bairro da Velha, onde moro, tivemos
mortes que poderiam ser evitadas.
Mas, o que chama à atenção é que o poder público de Blumenau investe somente nas orientações aos escolares. Não temos e nunca tivemos uma campanha educativa e preventiva de atropelamentos na nossa cidade que envolvesse a população de verdade. Em 2008 de forma muito branda veiculou-se um filme de 30 segundos em que o pedestre era aconselhado a atravessar na faixa para não dar zebra. E só.
E porquê não funcionou? Por quê
esse tipo de mensagem sozinha e descontextualizada de outras ações integradas
não dão resultados. Para quem acha que a campanha funcionou, porquê não
continuaram com ela? Porquê não melhoraram as estratégias e não deram
continuidade?
Imagem: Reprodução |
Espera-se com essas campanhas
educativas na escola que em respeito ao pedido do filho os pais passem a
dirigir e a atravessar a rua com mais cuidado, mas temos que entender que para
dar certo temos que incluir a população em geral.
O diferencial mesmo é o modo como
os gestores e as autoridades de trânsito tratam o problema deixando a população
não escolar de fora de suas estratégias de sensibilização.
Imagem: Reprodução |
Não se consegue melhorar a
qualidade de vida da população no trânsito se a população não participa, não é
sensibilizada, não é tocada, não é ouvida e nem chamada à parceria, pois é a
maior beneficiada.
É incluindo a população em
campanhas educativas e preventivas de trânsito, combinadas com ações de
engenharia e fiscalização que se pode começar a ter alguma esperança. Mas,
parece que Blumenau não reconhece que a sua população de mais de 300 mil
habitantes é pedestre acima de tudo e não precisa de estímulos para os
autocuidados no trânsito.
Imagem: Reprodução |
Não é de hoje que precisamos de
um programa de humanização do trânsito urgente para Blumenau e que comece por
uma campanha pelo fim dos atropelamentos, uma campanha que informe, que
esclareça aos pedestres sobre seus direitos e deveres, sobre autocuidados,
sobre o resgate de valores de convivência no trânsito.
Há mais ou menos 15 dias venho
procurando contato com vítimas e familiares de vítimas de acidentes de trânsito
para reativarmos a Associação Blumenauense de Famílias e Vítimas de Trânsito (Abluvita)
ou quem sabe até formar outra associação. Mas, parece que as pessoas estão
fragilizadas demais ou não estão interessadas em serem orientadas e ajudadas, a
receber apoio para recuperar a dignidade e continuar seguindo em frente.
Imagem: Reprodução |
Começo a pensar que maior do que
a falta de vontade das pessoas em se mobilizarem em torno do assunto de uma
forma mais ativa e participativa tem sido a falta de interesse do poder
público.
No início do ano fiz alguns
contatos e participei de uma reunião com quem cuida do trânsito e das ações
educativas de trânsito em Blumenau em que apresentei a sugestão de um plano de
humanização. Fiquei de dar um retorno
para apresentar o projeto na íntegra, esperei para ver até onde ia o interesse e
nenhum contato até hoje. Vai que não procurei as pessoas certas, não é?
O email enviado para o endereço
fornecido pelo prefeito Napoleão Bernardes em sua conta na rede social nunca
foi respondido, assim como os outros contatos para uma palestra gratuita educativa
e preventiva para evitar atropelamentos de idosos. Com tantos idosos atropelados
e se envolvendo em outros acidentes, estamos no final do ano e nada até hoje.
Imagem: Reprodução |
O fato é enquanto não levarem as ações preventivas e educativas de trânsito a sério pelo poder público ao ponto de incluir a população nessas estratégias continuaremos assim: a engrossar estatísticas e a contar os feridos e os mortos.
Quem e quando se dará o primeiro
passo?