Por Márcia Pontes Educadora de Trânsito
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Mas, o pior é aqueles que não são flagrados, pelo menos, antes do acidente ser provocado. Como aquele motorista que caiu no ribeirão da Velha e fugiu, deixando o socorro das duas filhas pequenas por conta de populares, já que a mãe das crianças também estava alcoolizada.
Não muito diferente de muitos municípios brasileiros, Blumenau tem um déficit histórico no efetivo ao mesmo tempo em que se diz que para flagrar todos os motoristas que bebem, dirigem e cometem outras infrações por imprudência, imperícia e negligência só praticando o impossível de se colocar um agente em cada rua.
Não muito diferente de muitos municípios brasileiros, Blumenau tem um déficit histórico no efetivo ao mesmo tempo em que se diz que para flagrar todos os motoristas que bebem, dirigem e cometem outras infrações por imprudência, imperícia e negligência só praticando o impossível de se colocar um agente em cada rua.
A Guarda Municipal de Trânsito em
parceria com a Polícia Militar, que também tem um déficit histórico no efetivo,
vêm fazendo das tripas coração para dar conta de fiscalizar de acordo com as
prioridades.
Mas, não é fácil fiscalizar a
frota de 232.716 veículos licenciados no município, com uma média de 800 novos
licenciamentos ao mês e pouco mais de 550 novas habilitações emitidas
mensalmente, o que dá algo em torno de 6.900 motoristas aptos a dirigir
anualmente pelas ruas da cidade. (DETRAN/SC, 2014).
As coisas pioram ainda mais
porque os motoristas blumenauenses não estão conseguindo fazer o mínimo que se
espera de todo condutor habilitado: manter o carro na pista sem perder o
controle e provocar choques ou colisões. Só no ano de 2013 foram:
4.143 choques (colisão contra
objeto fixo, incluindo carros parados)
4.024 abalroamentos longitudinais
e transversais
2.036 precipitações em barrancos,
saídas de pista, ribeirões, etc.
1.063 colisões traseiras e
frontais
272 pessoas e animais atropelados
65 tombamentos
48 capotamentos
34 engavetamentos
E como se não bastasse tudo isso,
muitos acidentes foram provocados por pessoas que dirigiam com algum teor de
bebida alcoólica no organismo e também por falta de autocuidados da parte de
motoristas, pedestres e ciclistas. Cuidados básicos que poderiam preservar
vidas e evitar que mais pessoas se machucassem, ficassem inválidas, afastadas
da vida produtiva, sequeladas neurológicas, amputadas.
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Muitas dessas pessoas quando
estão bebendo por algum motivo não levam em conta que um dos maiores desafios
que as equipes de emergência dos prontos-socorros enfrentam no atendimento a
acidentados de trânsito não é só a lotação, a falta de médicos e outros
profissionais de saúde para cirurgias de emergência. Não é só o plantão
movimentado de final de semana, mas principalmente, como prestar um atendimento
eficaz e eficiente a um paciente politraumatizado e bêbado.
Como aliviar rapidamente as dores
insuportáveis de um acidentado de trânsito se ele consumiu bebida alcoólica que
ao interagir com outras medicações corta o efeito ou pode agravar ainda mais o
quadro?
Muitas vezes as vítimas chegam em
estado tão grave que não pode esperar pela realização de um exame toxicológico
para saber se além da bebida o paciente consumiu outros tipos de drogas que
agravam os efeitos da interação medicamentosa. O atendimento nesses casos tem
que ser imediato.
E agora, José? Como amenizar a
dor e o sofrimento de uma pessoa que ingeriu cerveja, destilados, maconha,
cocaína, crack ou qualquer outra droga?
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E para piorar ainda mais as
coisas, a bebida alcoólica retarda o tempo de coagulação do sangue, aumentando
o risco de uma hemorragia ainda mais difícil de conter.
São essas informações que eu
gostaria de ver em campanhas educativas e preventivas de acidentes de trânsito
em Blumenau, que aliás, seria inédito de todos os pontos de vista.
É esse esclarecimento e essa
sensibilização para a conscientização para os autocuidados e para com a vida
das outras pessoas no trânsito que eu gostaria que todos tivessem de forma
massiva, acessível à toda a população. Será que é pedir muito à quem cuida do
trânsito na nossa cidade?
O ano mal começou e diariamente
os jornais publicam notícias de acidentes, muitos provocados por motoristas
alcoolizados que colocam a si mesmos e aos outros em risco. Como se não
bastassem os choques, os abalroamentos, as precipitações, as colisões, os
atropelamentos, os tombamentos, capotamentos e engavetamentos ainda temos que
lidar com os bêbados ao volante.
Enquanto vamos assistindo as vias
públicas como campo de extermínio e contando os mortos e feridos, o que esperar
de cada um, do poder público e da sociedade organizada para enfrentar esse que
é um dos maiores desafios para as campanhas educativas e preventivas de
trânsito em Blumenau: bebida e direção.