Pegue dois pacotes de 5 quilos de arroz e amarre um em cada tornozelo. Pegue dois pacotes de 2 quilos de feijão e amarre um em cada braço. Agora pegue um pedaço de tecido cinza, vende seus olhos, comece a caminhar pela cidade e experimente como é ser um pedestre com mobilidade reduzida.
Tente andar pelas calçadas desniveladas, esburacadas e estreitas. Experimente aqueles trechos onde a calçada termina e você tem que se expor na pista de rolamento tentando se proteger da “fina” dos veículos. Mas, cuidado com as poças d’água, com a lama e com o que pode ter de perigos escondidos no capim alto.
Se preferir, esqueça-se que tem pernas saudáveis ou imagine que seja amputado. Sente-se na cadeira de rodas e tente fazer coisas que muitos deficientes fazem no dia a dia: sair da cadeira de rodas para o banco do motorista, atravessar a faixa de pedestres, tentar se deslocar pelas calçadas, nos prolongamentos sem rebaixamento, ou quem sabe acessar alguns prédios públicos e privados.
Experimente a sensação de ter um veículo estacionado na vaga preferencial ou bem em cima da sinalização de espaço reservado para a manobra com a cadeira de rodas. E tente não ficar indignado e com raiva mesmo se ficar trancado ali até que o ladrão de mobilidade que nunca precisou dessa vaga resolva voltar.
Não esqueça de tentar entrar no ônibus também para sentir na pele a cara de impaciência de alguns passageiros ou ouvir a buzina do motorista de trás porque o coletivo está demorando muito para sair.
Faça melhor: vende bem os olhos, pegue uma bengala branca e tente se locomover como um cego. Quando der com a cabeça ou qualquer outra parte do corpo num obstáculo procure não ficar indignado. E se você tiver escolhido um tecido que dê um pouquinho de visão, tente não se sentir ofendido e desrespeitado quando alguém gritar: “anda, seu molóide” e principalmente se perguntarem: “tá cego?”. Sim, porque a baixa visão também é considerada cegueira.
Essas são algumas estratégias e recursos simples que utilizo desde 2010 em minhas palestras com dinâmicas de grupo e que fazem muita gente repensar seus conceitos e seus comportamentos no trânsito.
Estratégias que fazem cada um repensar a sua ignorância, a sua arrogância, o seu egoísmo e falta de humanidade no trânsito. Fazem repensar a própria hipocrisia.
Muitas pessoas tem aquela mania de tentar justificar qualquer coisa que tenham feito de errado com aquele papo de “coloque-se no meu lugar”. Pelas redes sociais até circulam e se compartilham postagens em que as mensagens dizem: “antes de me julgar, calce minhas sandálias, vista minha roupa, caminhe por onde eu caminhei e ainda caminho para sentir na pele o que eu passo.”
Mas, no dia a dia, e principalmente no trânsito, as pessoas são hipócritas: continuam julgando, não calçam as sandálias do outro, não se colocam no lugar do outro, não experimentam as dificuldades de mobilidade de um cego, de um cadeirante, de uma pessoa com muletas. Não caminham por onde elas caminham, tampouco sentem na pele o que o outro sente e passa.
Não sentem na pele a dor da humilhação de um deficiente que é xingado e ainda culpado pelo acidente provocado pela pressa, pela arrogância, pela ignorância que exerce na vida e no trânsito.
Se as pessoas se colocassem no lugar do outro de verdade do mesmo modo que imploram para que o outro se coloque no lugar delas, não ocupariam vagas de deficientes nos supermercados, nos shoppings, na feira, em via pública ou em qualquer outro lugar.
Se muitas pessoas não fossem hipócritas não fariam de conta que estão dormindo, se levantariam e cederiam, por respeito, por humanidade e por direito, o assento preferencial nos ônibus, nas repartições públicas e em qualquer outro lugar.
Esse artigo me faz lembrar de uma senhora com cara de gente boa que me mandou procurar o que fazer e “parar de encher o saco” quando solicitei que ela retirasse seu carro de uma vaga preferencial no Big e colocasse em outra dentre as muitas mais distantes da porta de acesso que havia no supermercado.
Tomara que essa senhora leia o Blog Todo Dia Blumenau para saber que as vagas preferenciais são propositalmente pertinho da porta de acesso justamente para tentar diminuir as dificuldades dos deficientes.
Tomara que ela assista televisão, ouça rádio e acompanhe as notícias do Maio Amarelo para lembrar bem da minha voz e do pedido que constantemente faço: não roube a mobilidade de quem já não tem.
Quem sabe assim, essa senhora e tantos outros senhores e senhoras com cara de gente boa deixem de ser hipócritas e comecem, assim como tantos outros, a se colocar no lugar de deficientes, cadeirantes e outros com mobilidade reduzida e exerçam a sua humanidade e cidadania. Afinal, quem vê cara, não vê coração.
Ah! E antes de pedir para que o outro se coloque no seu lugar e entenda as suas dificuldades, seja o primeiro a se colocar no lugar do outro e a não fazer que não gostaria que fizessem com você. Na vida e no trânsito.
Tente andar pelas calçadas desniveladas, esburacadas e estreitas. Experimente aqueles trechos onde a calçada termina e você tem que se expor na pista de rolamento tentando se proteger da “fina” dos veículos. Mas, cuidado com as poças d’água, com a lama e com o que pode ter de perigos escondidos no capim alto.
Se preferir, esqueça-se que tem pernas saudáveis ou imagine que seja amputado. Sente-se na cadeira de rodas e tente fazer coisas que muitos deficientes fazem no dia a dia: sair da cadeira de rodas para o banco do motorista, atravessar a faixa de pedestres, tentar se deslocar pelas calçadas, nos prolongamentos sem rebaixamento, ou quem sabe acessar alguns prédios públicos e privados.
Experimente a sensação de ter um veículo estacionado na vaga preferencial ou bem em cima da sinalização de espaço reservado para a manobra com a cadeira de rodas. E tente não ficar indignado e com raiva mesmo se ficar trancado ali até que o ladrão de mobilidade que nunca precisou dessa vaga resolva voltar.
Não esqueça de tentar entrar no ônibus também para sentir na pele a cara de impaciência de alguns passageiros ou ouvir a buzina do motorista de trás porque o coletivo está demorando muito para sair.
Faça melhor: vende bem os olhos, pegue uma bengala branca e tente se locomover como um cego. Quando der com a cabeça ou qualquer outra parte do corpo num obstáculo procure não ficar indignado. E se você tiver escolhido um tecido que dê um pouquinho de visão, tente não se sentir ofendido e desrespeitado quando alguém gritar: “anda, seu molóide” e principalmente se perguntarem: “tá cego?”. Sim, porque a baixa visão também é considerada cegueira.
Essas são algumas estratégias e recursos simples que utilizo desde 2010 em minhas palestras com dinâmicas de grupo e que fazem muita gente repensar seus conceitos e seus comportamentos no trânsito.
Estratégias que fazem cada um repensar a sua ignorância, a sua arrogância, o seu egoísmo e falta de humanidade no trânsito. Fazem repensar a própria hipocrisia.
Muitas pessoas tem aquela mania de tentar justificar qualquer coisa que tenham feito de errado com aquele papo de “coloque-se no meu lugar”. Pelas redes sociais até circulam e se compartilham postagens em que as mensagens dizem: “antes de me julgar, calce minhas sandálias, vista minha roupa, caminhe por onde eu caminhei e ainda caminho para sentir na pele o que eu passo.”
Mas, no dia a dia, e principalmente no trânsito, as pessoas são hipócritas: continuam julgando, não calçam as sandálias do outro, não se colocam no lugar do outro, não experimentam as dificuldades de mobilidade de um cego, de um cadeirante, de uma pessoa com muletas. Não caminham por onde elas caminham, tampouco sentem na pele o que o outro sente e passa.
Não sentem na pele a dor da humilhação de um deficiente que é xingado e ainda culpado pelo acidente provocado pela pressa, pela arrogância, pela ignorância que exerce na vida e no trânsito.
Se as pessoas se colocassem no lugar do outro de verdade do mesmo modo que imploram para que o outro se coloque no lugar delas, não ocupariam vagas de deficientes nos supermercados, nos shoppings, na feira, em via pública ou em qualquer outro lugar.
Se muitas pessoas não fossem hipócritas não fariam de conta que estão dormindo, se levantariam e cederiam, por respeito, por humanidade e por direito, o assento preferencial nos ônibus, nas repartições públicas e em qualquer outro lugar.
Esse artigo me faz lembrar de uma senhora com cara de gente boa que me mandou procurar o que fazer e “parar de encher o saco” quando solicitei que ela retirasse seu carro de uma vaga preferencial no Big e colocasse em outra dentre as muitas mais distantes da porta de acesso que havia no supermercado.
Tomara que essa senhora leia o Blog Todo Dia Blumenau para saber que as vagas preferenciais são propositalmente pertinho da porta de acesso justamente para tentar diminuir as dificuldades dos deficientes.
Tomara que ela assista televisão, ouça rádio e acompanhe as notícias do Maio Amarelo para lembrar bem da minha voz e do pedido que constantemente faço: não roube a mobilidade de quem já não tem.
Quem sabe assim, essa senhora e tantos outros senhores e senhoras com cara de gente boa deixem de ser hipócritas e comecem, assim como tantos outros, a se colocar no lugar de deficientes, cadeirantes e outros com mobilidade reduzida e exerçam a sua humanidade e cidadania. Afinal, quem vê cara, não vê coração.
Ah! E antes de pedir para que o outro se coloque no seu lugar e entenda as suas dificuldades, seja o primeiro a se colocar no lugar do outro e a não fazer que não gostaria que fizessem com você. Na vida e no trânsito.