Por Gustavo Melo / Arquivo JusBrasil
Do seu descobrimento até o Império, o Brasil tratava sua população negra como escravos, ou seja, seres inferiores que tinham como função apenas servir aos seus senhores. Não tinham Direitos, apenas deveres, e muitos deveres. Eram instalados em senzalas e como se não bastasse eram amarrados ao tronco para levar chicotadas em caso de rebeldia. Alguns barões da época tinham boa vontade e assinavam uma "carta de alforria" para que este negro pudesse ter para si uma vida mais digna, podendo trabalhar com um salário e poder pagar as suas contas.
Finalmente, em 13 de maio de 1888, um sábado, a Princesa Isabel, tomou a melhor decisão que nem seus antepassados tinham coragem de tomar: assinar a Lei Áurea, permitindo assim que todos os negros em absoluto vivessem em liberdade, garantindo os mesmos direitos e deveres que os brancos tinham, tratando-os como pessoas de plena capacidade para produzir e prosperar.
Infelizmente, o preconceito não parou por aí. Mesmo após a Proclamação da República, muitas pessoas de diversas classes sociais consideravam um absurdo que um negro pudesse assumir uma vida normal como qualquer outra pessoa.
Nos tempos atuais, após um século e 1/4 desde a assinatura, mudanças de posturas vêm ocorrendo no Brasil, não a partir dos cidadãos comuns, mas sim dos nossos próprios governantes. É o que eu chamo agora de "subestimação racial".
Sim, pois agora a capacidade de uma pessoa ingressar numa faculdade ou em um cargo ou função pública está diretamente ligada à quantidade de melanina que ela possuir. Em uma linguagem mais informal, o que os parlamentares têm defendido é "Quanto mais negro, mais burro, e por ele ser burro, precisamos fazer cotas para os coitadinhos, se não eles nunca serão aprovados nos exames.
Existem tantos negros inteligentes em nossa geração, dotadas de uma sabedoria ímpar, como o nosso Nobre Ministro do STF Joaquim Barbosa, o saudoso cantor Jair Rodrigues, a talentosa atriz Taís Araújo, entre tantos outros nomes conhecidos. Agora olhe pense nessas pessoas e diga se elas precisaram de cotas para subir na vida.
Hoje, 20 de maio de 2014, o Senado aprovou um texto que institui cotas em concursos públicos federais para negros de 20% apenas por estes serem negros. Esses parlamentares só podem ter faltado às aulas de Biologia. Ou seja, estamos diante de um novo apartheid no Brasil, onde ser negro agora é mérito e ser branco é uma lástima, estimulando assim o ódio racial numa terra onde todos deveriam se tratar como simplesmente humanos. Bem, às vezes, ser daltônico não seria tão ruim assim.
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