Por Rafael Alexander Marghotti
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Imagem: Reprodução. |
O Lobo de Wall Street, do aclamado diretor Martin Scorsese, acaba de estrear nos cinemas da região, o filme conta a história real de Jordan Belfort (Leonardo DiCaprio), ou pelo menos uma versão da verdade, sendo que o roteiro se baseou em livros que o próprio Belfort escreveu, um corretor da bolsa de valores em N. Y. do fim dos anos 80 que após uma crise passa a trabalhar com ações de baixo valor e alto risco, mas com seu poder de persuasão monta sua própria corretora e ensina seus funcionários a ludibriar os clientes para obter mais lucro, arquiteta aberturas de capital fraudulentas e se torna podre de rico aos 20 e poucos anos.
Esta é a quinta parceria entre o diretor Martin Scorsese e o ator Leonardo DiCaprio, as outras foram “Gangues de Nova York (2002)”, “Aviador" (2004), "Os Infiltrados" (2006) e "Ilha do Medo" (2010), pela qualidade dos filmes, dá pra notar que não estão de brincadeira e ambos já declararam que pretendem realizar mais trabalhos juntos. DiCaprio está insano como Belfort, sua atuação alucinada e convincente já lhe rendeu o Globo de Ouro e também a indicação ao Oscar. Além da categoria melhor ator, “O Lobo” também concorre para melhor filme, diretor, roteiro adaptado e ator coadjuvante, para Jonah Hill, que, diga-se de passagem, está sensacional nesta obra. Quem também merece ser citada é a praticamente desconhecida Margot Robbie, que interpreta a segunda esposa de Belfort e além de estonteantemente bela se mostrou uma ótima atriz.
Scorsese dirige DiCaprio e Margot Robbie em cena hilária! Imagem: Reprodução. |
Muitos veículos de comunicação tem se referido ao “Lobo” como um filme que glorifica criminosos e seu estilo de vida repleto de abusos, bem, não irei mentir, se você for assistir ao filme presenciará uma história de três horas repleta de ganância, crimes, mentiras, sexo, festas, drogas, fraudes e palavrões, tanto que o filme é simplesmente a ficção com o maior número de vezes cuja palavra “fuck” foi utilizada, foram 569 vezes, uma média de 3,18 vezes por minuto de filme, tudo bem que Scorsese sempre teve a boca suja, seus filmes Cassino (422 vezes) e Os Bons Companheiros (300 vezes) não ficam muito atrás. No entanto, quem conhece a carreira de Scorsese sabe que ele não tem amarras ao retratar a realidade em seus filmes, por isso engana-se quem pensa que o filme glorifica o fútil e o material, ele é apenas o reflexo da natureza humana, mas apesar do inegável tom de deboche empregado desta vez, pode-se exprimir uma “moral da história” nesta obra.
Meu dinheiro está em você, então, tecnicamente você trabalha pra mim! Imagem: Reprodução. |
Se após os feitos criminosos retratados em “O Lobo”, Jordam Belfort cumpriu apenas uma ínfima parte de sua pena, manteve uma boa parte de sua fortuna, viaja o mundo como palestrante e se autointitula “O Maior Vendedor do Mundo”, então você deve estar se perguntando: Qual é a moral dessa história? Ora, se existem pessoas como Belfort que levam uma vida de excessos e não fazem nada para merecer o ar que respiram, lembre-se de quem torna isso possível, das pessoas que se deixam levar pelo conto do bilhete premiado, das suas pequenas ações egoístas e gananciosas do dia-a-dia, daqueles que investem suas economias numa empresa de fundo de quintal em algum rincão só porque um corretor lhes disse que podem lucrar 200 por cento com isso e depois ainda se sentem lesados quando perdem tudo. Há uma frase do personagem de Matthew McConaughey logo no começo do filme que explica muita coisa: “o único dinheiro real naquele mundo de ações e flutuações é a comissão do corretor”.
"Umhum, toctoc, humhum, toctoc, humhum humhum humhum, uoh!"