Por Fabiano Uesler
Foto: Reprodução. |
Sinceramente, cada vez mais partidos políticos se assemelham às igrejas ou cultos em sua “teologia da prosperidade”, temos a “política da prosperidade” onde se promete o melhor de tudo e fala-se de quão rotunda será a cidade, estado ou país quando algum deles for eleito e quão “gloriosa” será sua administração (só que não).
Mais do mesmo, chover no molhado e uma profusão de pleonasmos não são suficientes pra tentar exemplificar nossa política viciada e há muito repetitiva. O político brasileiro tornou-se uma caricatura viva de si mesmo. Conhecemos políticos dos mais variados tipos, pela maneira que se vestem (uniforme com calça jeans, camisa e sapatos sociais), pela forma que agem (a pergunta é pra quem?), sorriem e falam. Nossos políticos são atores de um teatro ultrapassado com um “q” de pantomima assim como de um discurso pueril e vazio.
Nós brasileiros, como cidadãos, como uma nação que não consegue fazer o expurgo destes representantes (de quem?) que há décadas agem da mesma maneira, mesmo anunciando o quão diferentes são, mesmo anunciando a democracia após o regime militar, mesmo anunciando a esquerda depois da direita, mesmo anunciando a mudança que uma mulher traria mesmo com tudo isso sabemos que os personagens mudam, mas o cenário permanece inalterado.
Tivemos uma breve (ou longa) ilusão de nos construirmos como nação, de lutar e receber a liberdade de um regime ditatorial tão inescrupuloso quanto às ideologias de esquerda que combatia. Deram-nos pão, deram-nos circo, nos cercaram de inutilidades, futilidades e miséria. Continuamos após décadas sem a tão sonhada educação de qualidade (a qual precisamos desesperadamente), sem saúde de qualidade e sejamos francos, sem políticos de qualidade.
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Não sejamos ingênuos ou mal intencionados, pois enquanto houver o jeitinho, enquanto formos passivos, enquanto mantivermos o mesmo cenário nada mudará. Nós devemos mudar para que possamos também cobrar de nossos representantes “eleitos” mudanças reais. Uma política amadurecida, uma política que respeita quem os elegeu e que saia da “burrocracia” (sim com dois R’s) para entrar no planejamento e na ação. Não sejamos ingênuos ao imaginar que poderemos um dia deixar nossos políticos à sua plena vontade (não é isso que acontece?), pois nossa vigilância deve ser contínua, deve ser objetiva e deve cobrar que façam aquilo ao qual foram eleitos.
Não podemos cair no proselitismo midiático da Presidente que fica “ofendida” (sei) com espionagem, principalmente se esta ofensa serve para alavancar pesquisas e votos. Não podemos aceitar representantes que riem da nossa cara (vide Tapete Negro), pois mesmo sendo julgados por peculato (simplificando aqui) os mesmos se mantêm em seus cargos como se absolutamente nada houvesse acontecido. O mais decente, o mais moral seria no mínimo pedir afastamento até que o caso seja julgado, mesmo que sejam “inocentes” das acusações isso demonstraria um mínimo de respeito ao povo que os elegeu.
Não sejamos inocentes, para haver mudanças eu repito, devemos mudar a nós mesmos e consequentemente mudar os que nos representam. Somos uma grande nação que apesar do tamanho é pequena em sua representação política, pois somos relegados a meros provedores destes carrapatos e sanguessugas que alegam nos representar. Nós os criamos, nós os alimentamos e nós os mantemos. Chega de politicagem, Brasil “mostra a tua cara”, acorda pra vida meu filho e cresce para ser finalmente um gigante pela própria natureza.
Fabiano Uesler
Nas palavras do professor e amigo Rafael Garcia dos Santos.
"O Brasil é um laboratório de políticas e filosofias ultrapassadas que não deram certo em outros países, porém insistimos nos mesmos erros achando que aqui será diferente".
Publicado originalmente no Portal Blumenews em: Quarta, 09 Outubro 2013 00:48 +Blumenews de Blumenau
Publicado originalmente no Portal Blumenews em: Quarta, 09 Outubro 2013 00:48 +Blumenews de Blumenau