Por Fernanda Caprio / Arquivo JusBrasil
Nosso Tribunal Superior Eleitoral (TSE) registrou neste mês de
abril/14 aumento no número de brasileiros filiados a partidos políticos.
Segundo registros da Corte, de outubro/13 para ca 64.455 novas filiações foram processadas, praticamente 10 mil novos filiados por mês.
Temos
hoje 15.329.320 cidadãos filiados às 32 siglas partidárias ativas,
correspondendo a 7,6% da população. Será que isso é muito, ou pouco, num
país de 200 milhões de habitantes?
No Brasil, a única forma de
participar da política é através da filiação partidária. No nosso atual
formato, candidaturas independentes, os “sem partido”, não têm espaço.
Por quê? Simples, o partido é a manifestação ideológica de um grupo de
militantes, que através do processo eleitoral e do alcance do poder
político, levarão propostas de melhoria social para votação
(legislativo) e aplicação (executivo).
“Art. 1º O partido político, pessoa jurídica de direito privado, destina-se a assegurar, no interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema representativo e a defender os direitos fundamentais definidos na Constituição Federal.”
Apesar disso, é comum ouvirmos: “Não gosto de política”, “Políticos são corruptos”, etc.
À
primeira questão, é preciso refletir o seguinte: a política, muito
debatida e amplamente criticada, é o único meio de criação e implantação
de projetos que realmente venham a mudar a vida das pessoas. Escolas,
postes de luz, pontes, ruas, atendimento sanitário, saúde pública, e
tantas outras questões, dependem do gestor público e do legislador para
serem colocadas em prática. Não bastasse isso, não gostar de política é
uma grande inverdade. Todo ser humano faz política desde que nasce,
assim que chora pela primeira vez, manifestando suas necessidades e
negociando formas de atendê-la. A criança ou o jovem que se torna
representante de classe, defende o interesse de um grupo (os alunos)
perante algo maior (escola), e isso é manifestação política. O morador
que se torna presidente de bairro, ou síndico de condomínio, e luta por
redução de custos, organização da vida coletiva, também defende seu
grupo (moradores). A dona de casa que sai às compras e negocia descontos
em nome da economia familiar, também defende interesses de um grupo (a
família). A política, por assim dizer, está na natureza humana.
Quanto
à segunda questão, corrupção, na verdade, o problema não está na
política, e sim, no ser humano. Não podemos colocar a política como vilã
quando ela é apenas consequência, e não causa. A causa somos nós,
homens e mulheres. Somos nós que precisamos melhorar nossos valores,
nossas atitudes, para, assim, melhorarmos a política. Tem um ditado que
diz: "quem pode o mais, pode o menos". Então, quem "rouba" uma caneta,
"rouba" um país, pois ser honesto não tem tamanho.
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