300x250 AD TOP

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Encontrado em: , ,

Religião - Ateísmo: A moda do século?

Faz algum tempo que as redes sociais foram tomadas por uma guerra entre cristãos e ateus. O que vemos diariamente é uma troca interminável de ofensas, escárnio, ameaças, de ambos os lados, mas principalmente por parte dos chamados "crentes". E como "crentes" entenda aquele que crê em algo superior, metafísico, não somente evangélicos e afins.

Acontece que algo tão simples como ser ateu virou uma verdadeira bagunça, já que ambos os lados resolveram definir como um "verdadeiro ateu" deve agir e pensar. 

Os crentes, com o intuito de acabar com a militância ateísta nas redes sociais passaram a definir o "verdadeiro ateu" como um sujeito respeitoso, que não fala publicamente de suas convicções, que não fala contra religiões e seus deuses, que não se declara publicamente como tal. 

Enfim, trocando em miúdos, para este pessoal o "ateu verdadeiro" é aquele que se mantem dentro da caverna, escondido, sem direito a mostrar ao mundo que, sim, existem pessoas que não acreditam em deuses e em outros seres metafísicos.


E na rabeira ainda vemos surgir expressões como "ateu modinha", "ateu toddynho", "ateu de Facebook", como se não fosse possível que, realmente, existam pessoas que não acreditam em nenhuma força superior metafísica acima de nossas mortais cabeças. De forma proposital deixo de falar sobre quem acusa ateus de "adoradores de satanás" já que tal afirmação está acima do meu nível de tolerância à ignorância.


No outro canto, uma turma de ateus e agnósticos definem que "ateus de verdade" não podem ser machistas, misóginos, homofóbicos, conservadores, de Direita, não podem votar no candidato "X" ou "Y", devem ser contra militares, confundindo ateísmo com convicções políticas.

Hoje já se lê por ai sobre "líderes ateus", instituições que "representam os ateus" e defendem seus "interesses". Também temos "cruzadas anti-ateísmo" e "líderes religiosos" que combatem esta filosofia do capiroto.




Os argumentos são tanto, de ambos os lados, alguns que chegam às raias da idiotice, que se eu fosse listá-los aqui o texto ficaria por demais longo e massante. 

E o que dizer dos debates/confronto entre grandes nomes do ateísmo e teísmo, muitos deles cientistas renomados, com uma coleção de títulos que, com certeza, superam em muito o tamanho deste artigo? Ao final temos opiniões "isentas" dizendo que um ou outro lado venceu o debate e tudo fica por isto mesmo.


O fato é que alguns querem que ateus voltem para suas cavernas e outros querem institucionalizar o ateísmo.

Por óbvio que não há interesse dos religiosos em que as pessoas deixem de acreditar em deuses e assim fazer cair a movimentação financeira na ordem de bilhões de dólares anuais das quais instituições religiosas se beneficiam. Por parte de algumas instituições ateístas que andam surgindo aos montes por ai, interessa abocanhar uma parte destes "ex-fiéis" que, em sua grande maioria, está disposta a consumir livros, revistas, workshops, congressos, seminários, etc.


A institucionalização do ateísmo já gera dissidências, assim como acontece nas religiões, e vemos pipocar instituições ateístas em profusão mundo afora. 

Isto lembra um episódio do seriado "South Park" onde, em um futuro distante, o mundo está livre de religiões, todos são ateus, mas ainda existem conflitos sangrentos perpetrados por associações que lutam para decidir qual seria o melhor nome para uma instituição que reuniria todos eles: Liga de Ateus Aliados, Aliança de Ateus Unidos ou Aliança de Ateus Aliados.

E eu que pensava que ser ateu é simplesmente não acreditar em deuses.