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domingo, 26 de janeiro de 2014

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Sociedade e História - Aquele Blumenauense

Por André Rene Alves
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Sabe aquele cara que você olha e diz “Esse é de Blumenau!”, pois é não tem, esse cara não existe. Não em vida terrena.

Horácio Braun
Imagem: Divulgação
Horácio Antônio Braun era assim, tinha a cara do Blumenauense, assim com letra maiúscula, do tamanho que sempre foi tanto no porte físico quanto em espírito e alegria. Era do tamanho de Blumenau, ou melhor, Blumenau é que tenta até hoje ser do tamanho do Horácio.

Grande cronista do cotidiano de nossa cidade, Braun também foi músico, autor, publicitário, boêmio, colunista, um grande camarada, um bom vivant, foi simplesmente o Horácio.

Ao lado de Ingo Penz, outro boa praça daqui, eternizou a Choppmotorrad. Uma motocicleta Java 1951 250cc, adaptada por Penz para distribuir chope e muita alegria. Pra mim é até hoje a maior marca da Oktoberfest.

Horácio Braun viveu, simples assim, e durante tantos anos fez Blumenau também viver. Certa feita resumiu: “Rir e amar são as melhores coisas da vida” e certamente assinaria “Tim-tim, saúde, paz amor, felicidade e viva a vida!”.
Horácio Braun e Ingo Penz
na Choppmotorrad
Imagem: Divulgação
Um cara como Horácio Braun, O Cara, merece sempre ser lembrado, mais que isso, homenageado. O poder público de nossa cidade sabe desse mérito, e reconheceu também conforme Lei 7328/08
“Art. 1º É denominada de Rua Horácio Antônio Braun, a via pública com início no lado par da Rua 15 de Novembro, ao lado da Praça Hercílio Luz, descrita como rua Inominada no desmembramento aprovado em nome de Clube Náutico América”
Grande ironia do destino, Horácio Braun virou rua, e não poderia haver melhor escolha. A Rua Horácio Antônio Braun fica no coração de Blumenau, é aquela que envolve, que abraça o Biergarden e o Museu da Cerveja. De lá se tem uma das mais belas vistas de nossa cidade. Uma homenagem quase do tamanho do Horácio.

Seria perfeito, se nos últimos tempos aquela região não estivesse tão esquecida, e não só por nosso governo, mas o blumenauense não dá o devido valor pras suas melhores paradas. Sempre enxergamos o melhor dos outros, e vimos com maus olhos e descaso o que temos por cá.

Rua XV de Novembro Blumenau
Imagem: Divulgação
Pior ainda, aquela curva do rio, resolveu seguir aquele velho ditado popular, e recentemente nada mais tem vingado por ali. Já tínhamos o meio edifício do Clube Náutico América, que nunca terminou. Depois ali pertinho, no topo do Morro do Aipim, foi a vez do tradicional Restaurante Frohsinn fechar as portas. Agora ninguém quer assumir a administração do prédio da antiga Cervejaria Continental. Por ali tem também aquele casarão histórico, caindo aos pedaços, que contrasta vizinho da reformada Câmara de Vereadores.

Além da fuga dos empreendedores, temos problemas com o poder público, ou alguém lembra quando foi vista ou ouvida pela última vez uma máquina naquela obra da margem esquerda do rio? Se alguém ainda lembra, tem também a “Nova Ponte do Centro”, aquela da última eleição, que está com o projeto parado no esporte mais praticado em nossa Blumenau, a polêmica.
Imagem: Divulgação

Faz alguns meses que não é possível saber o nome daquela rua, a placa que a nomeava foi roubada. Certamente rendeu alguns trocados ao transgressor. Apesar de não haver o devido respeito com o ilustre nome, fica de certa forma, um sentimento de alívio. O descaso com o mais nobre dos recantos de nossa cidade, ao menos para os desavisados, não está sendo vinculada ao saudoso homenageado.

"Olha aqui, ó, não é por nada não, mas..." O maior tesouro de uma cidade, é seu povo, é quem a representa. Temos que cuidar mais das nossas figuras mais queridas. Temos que cuidar mais de Blumenau.